Monday, March 18, 2013

ENXERTOS DO MEU 1º LIVRO

"PALVRAS DE UM DEFUNTO, 
ANTES DE O SER"

Capítulo IX
Autobiocómica
O jogo da Bilharda e o baseball Americano.
O foguete “mosca-abelha” e o foguetão tripulado
“Amor inconfessado”
*
Finalmente, estando a chegar quase no epílogo destas linhas e, como seria normal, deveria ver-se aqui uma autobiografia descritiva da minha pessoa mas, pela "extensa riqueza (?) da mesma" e, ao mesmo tempo, para não roubar tempo aos leitores bem como papel e tinta á editora – se bem que eu acredite seriamente (tenho que acreditar em algo… não?) que neste último aspecto seria eu a pagar o cuato do papel – em vez de incluir todos os aspectos dignos e relevantes (?) da minha autobiografia pessoal,  optei por “fugir” mais uma vez á normalidade, e não incluir uma verdadeira autobiografia. Em substituição, optei por incluir algo semelhante, de estílo humorístico – pelo menos essa é a minha intenção – cuja aprsentação é feita fictíciamente pelo meu “assessor” (?) literário, tal como irão notar já de seguida, através da narração da mesma, feita na 3ª pessoa. 


Do meu lado, voltarei mais tarde. 
Por isso… até logo!
- Olá “queridos leitores e queridíssimas leitoras”!
Sou eu, o assessor literário do autor. Tenho 12 anos mas bem rodados e, por isso, o autor confiou em mim – como lhe competia devido aos laços familiares que existem entre um e outro porque, de outra forma, para que raios servem os laços de família?

Assim, com a vossa bendita (?) e compreensiva compreensão, por algum lapso de “olvido involuntário” – recordem que só tenho ainda 12anos – faço sinceros votos para que não tenham dormido como eu… que passei a noite com um olho aberto, e outro fechado… defeito “genético” de 5ª geração que, segundo a ciência da genética, serei o último – detesto ser o último, mas não posso evitar sê-lo – da linha familiar a carregar com este problema… se é que é problema algum…porque, eu até já ouvi dizer que, em certas circunstâncias, até é bom a gente dormir com um olho fechado e outro aberto. Só que, comigo foi ao contrário. Um aberto e outro fechado.
E, por mencionar “ao contrário”, por a caso até me recordo de ter ouvido dizer – a quem não sei mas, que ouvi, ouvi – que ao contrário “mija a burra” e, ao recordar-me disso, até parei de escrever e fui ver lá fora onde estava uma burra presa a uma árvore, enquanto o dono da mesma tinha ido a beber um copo – creio até que acompanhado pelo “autor”. Mas, tenho que dizer que não posso afirmar que assim tivesse sido. Posso crer que tenha sido assim, mas é tudo.

Então, e como dizia, fui lá a ver bem se seria verdade “aquilo” de “ao contrário mija a burra”, mas, por uns bons 20 minutos não fui capaz de ver nada porque a burra tinha o rabo para baixo.

Mas, de repente, ela alça o rabo, baixa um pouco as pernas traseiras, e não é que realmente a burra “mijou” realmente para o lado de trás? E, logo se seguida, começam a cair uma bolas acastanhadas, fumegantes ainda, que mais pareciam uma espécie de figo preto. Mas não era figo. Era tudo menos figo. Mas pronto, fosse o que fosse, a mim o que me interessava era saber se era verdade aquela coisa de “ao contrário mija a burra” e, de facto, assim é senhor, porque eu bem vi!

Portanto, voltando ao facto de eu ter dormido com um olho aberto e outro fechado, assim á primeira, alguns dos leitores até poderão dizer que é a mesma coisa mas, a verdade é que não é e, como tal, se quiserem ateimar comigo ateimem porque eu não vou a ateimar nada, quando sei de antemão que tenho razão. E, se não souber que tenho razão, então é que não ateimo mesmo para não perder.
Mas, aqui só digo que não é a mesma coisa e pronto. Se quiserem mais explicação, perguntem-me pessoalmente em pessoa, quando se cruzaram comigo. Faço votos também para que todos ainda tenham emprego que, como é do conhecimento geral, é aquela actividade para a qual a gente costuma ir todos os dias e, dependendo da classe de actividade que cada qual tiver, tentar exercê-la calmamente até chegar a ansiada hora de regressar a casa para ver a televisão ou brincar com os filhos e animais, incluindo cães e gatos.
Por acaso, o autor não tem gatos mas, tem 1cão e 2 pássaros que, por acaso são bem lindos e amorosos. Digo isto porque, como moro perto, já tive a oportunidade de os ver.
Mas, voltando aos votos que fiz antes sobre o “emprego”… de facto, antes de fazer os votos que fiz, eu até era para fazer votos para que ainda “tenham trabalho”… mas, por não se tratar da mesma coisa, achei que não devia misturar “alhos com bugalhos”, porque – factos são factos – lá porque uma pessoa perde o emprego, não significa que perca o trabalho. Na realidade, quantos e quantos não trabalham mais fora do emprego que no próprio?
Isto é só um exemplo! Um outro, é o caso das “damas” donas-de-casa, dedicadas de-alma-e-coração (?) – que remédio? – só ao trabalho caseiro – que, ás vezes até convém por causa das telenovelas – e, como tal, sem emprego a que se possa chamar tal. De facto, não será um facto, até mais que facto, que todas elas – as damas – trabalham – oh lá se trabalham! – na sua actividade caseira, todos os dias? Portanto, as “damas” não têm emprego, mas têm trabalho e, por isso é que eu disse o que disse.

Continuando com a incumbência que o autor me delegou – só aceitei porque preciso de ajuntar uns tostões e, ele, até é um bom tipper– que, em português, é o mesmo que dizer que costuma dar boa “gorjeta” – e, assim, "deixo" qualquer outro comentário sobre emprego ou trabalho, para outra ocasião.
Mas, só o farei após consulta de quem acaso vier a ter curiosidade em saber mais sobre o assunto porque, na realidade, a missão da qual eu fui incumbido, foi substituir o autor na redacção do referido texto “substituto” da autobiografia dele que em princípio, até era a minha intenção, devido a que até nem ficaria bem ao autor, escrever ele mesmo a sua própria “autobiografia”.
O problema foi que, ele se recusou peremptoriamente a prestar quaisquer dados biográficos pessoais na intenção de uma autobiografia real. Eu não insisti porque, quando ele ateima numa coisa… melhor não insistir devido a que, por tudo quanto sei, ele tem um problema com um dos seus – dele claro, autor, e não do leitor – testículos que, quando se enerva, é um caso sério. Assim, não insisti.
Permitam-me confessar algo sobre o que digo. É que, o autor, é teimoso que nem um “mulo”! Conheço-o muito bem há longos anos, mesmo ainda antes de nascer (?) porque – lá isso é certo ser mentira mas, também é certo que, se digo o que digo, foi porque o meu pai me o disse. E, como tal… o que eu queria dizer era que, a teimosia do autor, nasceu com ele, viveu e vive ainda com ele

mas não é a mulher dele – e apostaria um “bom tinto” (41) , que vai morrer com ele.

E, sobre a última frase, “que vai morrer com ele” faço votos que isso não ocorra até eu ter 100 anos - 25 para o autor, que tem agora 67 e, 88 para mim – o assessor dele porque, como já disse, tenho agora 12.

O aumento de 8 anos em longevidade, deve-se ao facto de eu acreditar na ciência e, pelo que já ouvi dizer, a mesma está a fazer progresso em predizer a extensão da vida, com o andar dos tempos. Resta é saber se, valerá apena viver, o tipo de vida que se irá ter.
Bem, aqui chegado, creio que vou meter mãos á obra e iniciar o texto substituto que refiro mais atrás. Mais a mais que, eu, ao aceitar escrever o que vou escrever usando todas as referências na 3ª pessoa, foi debaixo da condição que o autor teria que estar presente para ir relatando ou aclarando qualquer dúvida que acaso eu viesse a ter. Deste modo, aproveitando o facto que o autor acabou de chegar depois de ter ido dar uma volta e, como é costume, de certeza que fez isso, bebeu um “merlôt” ou dois, no clube português aqui da área. Deste modo, aí vai o texto em questão, intitulado…"Autobiocómica".

Nascimento e propósito
O autor, teve a fortuna de ter vindo mundo, numa época bastante conturbada, quando quase todos os povos do mundo, andavam em guerra. Nasceu a 15 de Janeiro de 1945 mas, devido a que, na aldeia onde nasceu – o Alcaide – o meio de transporte mais usado era “a burra ou o burro” – conforme o autor salienta, várias vezes nas páginas deste livro – o registo de nascimento só pode ser feito dois dias depois – 17/01/1945.
Aconteceu que, conjuntamente com a humidade que existia em Janeiro, a qualidade do papel usado para os registos, de mortos e vivos, era muito foleiro, tipo papel--pardo-mata-borrão, resultando com isso que, a pontinha no cimo do ‘1’, para a esquerda, e a base tipo-tracinho abaixo do mesmo 1 do número 15 mareou pelo papel afora, transformando-se quase num dois.
Diz-se, quase num 2 mas, na realidade é que assim foi porque, quando mais tarde foi necessário pedir um documento comprovativo do nascimento de tão “rara” criatura, a pessoa a cargo dos arquivos – que até era o professor da aldeia – ou, melhor dizendo, o professor dos alunos lá da aldeia – insistiu que, estivesse ele “com copos ou não” e que, como tal, “se calhar já via duplo” – 1+1 – que, o 1 era um 2. Deste modo, não havendo forma de resolver o assunto, o autor ficou oficialmente registado como se tivesse vindo ao mundo a 27 de Janeiro de 1945.
Aconteceu até que, esta coisa da tinta “marear” pelo papel afora, casou vários conflitos ao ponto de, com o tempo, alguns dos mortos registados como tal, continuarem a viver por mais algum tempo – uns mais outros menos, dependendo das circunstancias – porque, quando foi necessário aos familiares do “já defuntado” solicitar uma certidão de óbitos, o zeloso oficial, guardião dos arquivos – o mesmo professor – insistiu que, o “defuntado” em questão… mesmo tendo sido um facto factual de ter morrido num ano a terminar em 1… como exemplo, um morto, ter “morrido” mesmo em 1941, o dito oficial insistia que, só tinha morrido em 1942 devido a que, o 1 também tinha mareado. Desta forma, o morto mesmo já morto, continuou a estar vivo – pelo menos no papel – por mais um ano.
Bem, mas continuando com o nascimento do autor – e como e quando nasceu – mesmo assim, atrasado por causa “deste pequeno percalço”, ainda veio a tempo para acabar com o flagelo da guerra que “flagelava” quase o mundo inteiro e obviamente, tratando-se de por fim a tão grande conflagração, mais semana menos semana até nem tinha muita importância porque, o importante era acabar mesmo com a mesma.
Finalmente, este fim foi alcançado após cerca de 4 meses da vinda do autor ao mundo e, devido a que nem sequer gatinhava ainda, teve que pedir boleia a vários burros e burras, para chegar ao local onde os intervenientes do conflito, andavam mais assanhados. Por fim, em Maio de 1945, alcançou o objectivo – missão primária do seu “envio” á Terra já que, o mesmo, trazia como missão secundária, o “brincar aos meninos”, com garotas lá da aldeia do autor.
Infância
A infância do autor foi recheada de fértile abundância de “falta-de-tudo-e-mais-alguma-coisa”, tal como o trinca-trinca-do-dia-a-dia e, também, do calçado que – para que conste bem constado – o primeiro par de botas, foi expressamente encomendado á “prestigiosa” fábrica italiana do “pé-descalço” a qual, por não ter mãos a medir, só pode satisfazer a encomenda feita, quando o autor fez exame da 4ª classe, aos 11 anos.

Aqui, neste ponto, convém dizer que, a encomenda do calçado, constou de um par de botas cujo cabedal foi seleccionado com todo o rigor, com monitorização do animal que viria a dar origem ao mesmo, a começar pela qualidade dos pastos onde o mesmo animal pastava acompanhado pelo “dono do mesmo”, para que, desse modo, fosse impedido qualquer tentativa do mesmo animal, de se aproximar de alguma erva ou arbusto menos fibroso o que, como é óbvio, causaria que a qualidade do cabedal a ser utilizado na confecção das botas, perdesse a elasticidade e a durabilidade desejada – esperada e necessária – que, perante tanta fartura de miséria, saber-se-ia lá, quando é que, um novo par de botas seria possível adquirir, na dita fábrica.
Ao mesmo tempo, uma exigência feita era que, as solas deveriam ser protegidas com protectores tipo blindagem, bem como a biqueira de cada bota, deveria ser revestida com uma chapa metálica previamente levada á forjem, de modo a que a sua resistência aumentasse substancialmente para enfrentar qualquer eventualidade de sofrer escoriações previamente previstas, devido às antecipadas traquinices próprias de um “teenager” … ainda por cima, um “irrequieto, refilão e malcriado”, conforme é mencionado nalgum lado nestas linhas, nalguma das páginas interiores deste livro.
                                          FALTA ADICONAR FOTO.
Ver foto antiga, quando o autor tinha 8 anos, juntamente com alguns familiares, incluindo o pai dele. Apreciem bem apreciado o tipo de “calçado” que o autor usava (?) já naquela idade, bem como o e dois outros dos seus irmãos.
Reparem no tipo de calçado (?) do garoto (autor) logo a seguir ao senhor de chapéu – pai do autor – e nos pés da segunda garota (irmã), em pé da esquerda para a direita, bem como nos pés do segundo garoto (irmão), da esquerda para a direita, sentado.
Uma outra exigência era que, os atacadores deveriam ser suficientemente longos para que, quando o autor caminhasse pelas “avenidas” lá da aldeia dele – quase todas térreas, arenosas e de pedregulhos de todo o tipo e tamanhos – pudessem ser atados um ao outro… ou seja, o atacador de uma bota devia de ser atado ao atacador da outra, para poderem ser carregadas ao ombro, afim de se evitar qualquer “esfarrapadela”, quando caminhasse pelas ditas “avenidas” da dita aldeia.

A sola-couro a usar, deveria de – em conjunto com todos os outros requisitos já mencionados – ter origem num dos animais considerados “sagrados”, de modo a que, por sim por não, tivesse algum efeito “mágico” – uma espécie de influenciar religiosamente o autor – para que só calçasse as botas aos Domingos e em dia de Festa. E isto, até talvez fosse possível de alcançar devido ao facto de que, o autor, conforme é referido nestas linhas, até andava bem embicado com a religião ao ponto de ter estado quase, mas mesmo quase, a entrar para um seminário, conforme é também referido.
Entretanto, antes que fosse tarde de mais, apesar da encomenda das botas “demorar tantos anos a ser satisfeita” recebeu uma advertência que ainda hoje lhe está a “zunir” nos ouvidos – segundo ele – referente a que… “AI DELE” – o autor, claro – que algum dia tivesse o desplante de ir jogar á bola de botas calçadas. Se, a isso se atrevesse – e dele era de esperar tudo e mais alguma coisa, se não fosse bem admoestado – eram uma vez umas botas “italianas” pagas pela fartura da miséria existente na casa dos pais do autor.

Bem, continuando com a descrição da “adolescência” do autor pois, com botas novas, lá fez o exame da 4ª classe mas, como se recusou a ir para o seminário, toca a “alinhar” a dar serventia a pedreiros, até lhe aparecer o seu 1º “grande emprego”, altamente (?) remunerado quando, ao fim de seis meses sem ganhar nada, passou a receber 250 centavos por dia, contribuindo, assim, desta forma, para atenuar significativamente o enorme desgaste financeiro que os pais do mesmo faziam diariamente, com 340 centavos de gastos, somente para o bilhete do comboio, de ida e volta, porque sempre era mais barato.
Nota: O valor do bilhete de volta, só era contabilizado e dado ao autor, nos dias em que ele fazia falta para regressar o mais rápido possível a casa ou para melhor dizer, para condizer com a realidade, ele, o autor, ao apanhar o comboio das 5:15 no Fundão, deveria de chegar á sua aldeia – o Alcaide – cerca das 5:30 e, claro, principalmente no verão, ao chegar á estação-apeadeiro (?) deveria fazer exercício – que até fazia e faz bem á saúde – correndo estrada acima primeiro e, caminho empedrado serra cima, para se juntar á sua mãe ou a outro seu irmão que já lá andava numa das hortas arrendadas para que, ou incumbir-se de regar os feijões ou lá o que quer que fosse e, também, para que carregasse de regresso um cesto com hortaliça, batatas, maçãs ou lá o que fosse.
Claro que, no Inverno, como os dias anoiteciam mais cedo – pelo menos lá na aldeia do autor – e, como o autor já não chegaria a tempo de, ainda com a luz do dia, já não poderia ir serra acima para fazer o que quer que fosse. Deste modo, o encargo financeiro dos pais do mesmo era tremendamente reduzido, uma vez que passava a ser somente o suficiente, para uma viajem.
Assim se o autor quisesse chegar a tempo de poder ver uma garota que trazia “no goto” quando esta regressava a casa, vinda de uma horta da família dela, situada também lá na encosta serra, o autor só tinha que descalçar as botas italianas e, mesmo todo farrusco na cara e mãos – não se lavava para não perder tempo – e,oh-pata-do-pé-descalço-para-que-serves-tu-se-não-para-zarpa-res-a-toda-velocidade-para-veres-se-chegas-ao-Alcaide-antes-do-comboioe, como tal, correndo linha afora, para ver se conseguia ainda chegar a tempo de poder ver a tal garota á qual, o autor dedica um poema de sua autoria, no final destas linhas.

 Amores, são amores!
Aqui, neste ponto, o autor, que sempre pensou por si mesmo, sem medir as consequências e sem pedir a opinião de ninguém, quando recebia a “diária” de 340 centavos, para o bilhete de ida e volta ele, querendo tentar ludibriar a sua progenitora – que o mesmo será dizer, a sua própria mãe – que lhe dava o que dava, na antecipação quase garantida que, se acaso lhe desse mais do que isso, ele – o autor – poderia entusiasmar-se com tanta fartura e gastá-los em rebuçados, daqueles que tinham embrulhados bonecos de jogadores de futebol.
Mas, pior ainda, poderia vir a perdê-los se ele decidisse “trocar as voltas” á mãe e, em vez de apanhar o comboio, decidisse correr pela linha afora, podendo dar origem a que, tal como aconteceu a um dos seus irmãos, referido nalgum lado nestas linhas, nas páginas interiores destes livro, as moedas saltassem do bolso para o meio das pedras da linha férrea.
Educação profissional e “iliterária”

O autor, seguindo os passos de um dos seus irmãos que, na ocasião, era pastor de guardar cabras o qual, aproveitando o tempo de “laser”, enquanto observava as cabras a pastar, ia imaginando como “baptizar” o leite de modo a que conseguisse algum leite extra, para oferecer – grátis – á família do autor. Deste modo, o irmão do autor, após se ter tornado num “especialista” no baptismo do leite, incentivou o autor para que, aproveitando os seus “dons naturais” de poder assimilar as tarefas mais difíceis, ingressasse no… Internacionalmente afamado Instituto Politécnico dos Mixordeiros Profissionais… o que, o autor, aproveitou sem pestanejar acabando por entregar-se com afinco a tal missão, especializando-se – refinadamente, diga-se desde já – em baptismos de vinho, seu néctar favorito, conforme fica demonstrado na maior parte das páginas destas linhas – bem como em baptismos de diversos produtos alimentícios, tal como – a título exemplificativo – borrifar com água o arroz ressequido, enquanto no serviço militar, a cargo do armazém da messe de oficiais da FAP, em Bissau – Guiné (áfrica).
Mas, atenção!
Quando o autor fazia o que fazia, não era com intenção criminal e, sim, mais na intenção de salvar “o rabo”, conforme explicação substancialmente dada no interior das páginas deste livro que, claro, o autor quer ver se alguém que esteja desempregado – devido á crise – poderá vir a ter tempo de o ler, após o comprar. É que, Deus livre o autor de tentar desviar alguém dos seus afazeres diários.
Trabalho é trabalho! Lazer é lazer!
Por isso, quem estiver empregado e a trabalhar – não os outros que estão ocupados (?) e a “taxar” ao mesmo tempo – não deve perder tempo a ler nada, porque pode perder o emprego. Assim, pela extrema destreza, dedicação e eficácia no desempenho de tão “difícil” e importante tarefa, o autor foi galardoado e obsequiado com nota máxima, recebendo o diploma comprovativo de tal “feito”, o qual o autor mesmo contra a vontade de alguns dos seus familiares – ostenta orgulhosamente na entrada da “manjedoura” onde, naqueles tempos de garoto, os seus pais davam de comer a uma burra alugada, uma vez que, a família do autor era tão pobre tão pobre, que nem uma burra tinha, como propriedade própria.
Frequentou a “prestigiosa Universidade” Montessoriana da “Puta da Vida”, localizada no famosíssimo bairro da lata, junto aos luxuriosos subúrbios da Picheleira – Lisboa – recebendo com alta distinção, o diploma do “Mestrado” de… “como enganar o turistaquando – a exemplo – como empregado de mesa num restaurante em Montegordo, ao apresentar o troco ao cliente, escondia sempre uma nota no lado debaixo da factura, colocando as moedas em cima de outra nota – se a houvesse – e da factura, para que o cliente tirasse somente essa nota, deixando as moedas como gorjeta, em cima da factura – cujo tamanho foi cuidadosamente seleccionada de propósito, de modo a cobrir na totalidade a bandejazinha – maior que as notas em uso – onde se apresentava o “bill” ou a conta, como se diz em português – aos turistas – na intenção que o mesmo não viesse a descobrir a outra nota, que estava debaixo da factura.

 Isto, tal como constava (?) nos manuais escolares, funcionava 99% das vezes e, se acaso acontece-se que, o 1% não funcionasse, o autor deveria de usar a maior tranquilidade possível, sem pestanejar, tentando ser prestável ao máximo, ajudando a vestir o casaco, tanto á senhora, como ao senhor, clientes-turistas. Com esta acção, poderia “sensibilizar” o coração do cliente para que, pensasse bem na gentileza “honesta” (?) do autor que, ansiosamente esperava que a nota escondida debaixo da factura não fosse descoberta pelo cliente.
Mas, se tal sucedesse, e perante a gentileza do autor para com o cliente pois, não havendo outra alternativa, só restava esperar que a “urdida” funcionasse e fizesse efeito na consciência do cliente para que, deste modo, a nota descoberta dada já “quase” como perdida, pudesse ainda reverter para o autor.
Amores:
Aos montes foram os amores
Na maioria, de lastimar…
Mesmo aquele, tido por aquela
Que, o levou ao altar!

Vejamos!
Sofreu a sua primeira grande desilusão amorosa quando tinha cerca de 9 anos pelo que, para afogar o sofrimento sofrido pelo terrível “golpe”, apanhou a sua primeira “carraspana” de aguardente logo de seguida, ao regressar de uma estadia de 6 meses, num hospital em Lisboa, devido a ter partido um braço, clavícula, costelas, etc. etc., quando caiu de uma burra abaixo, conforme é referido nalgum lado nestas linhas.
Na ocasião, aconteceu que, ao regressar do hospital, tomou conhecimento de que, a sua ex-mini-noiva, se tinha envolvido com um dos seus melhores amigos – perdão, um dos melhores amigos (?) do autor e não da sua ex. – pelo menos era assim que ele, o autor, o considerava e, o “ladrão” de corações, tinha-o atraiçoado na sua ausência, despedaçando-lhe os planos porque ele, já no comboio de regresso á sua aldeia, vinha a magicar bem magicado que, a primeira coisa que iria fazer, quando chegasse á sua aldeia, era ir ter com a que – pensava ele – era só sua e, como tal, seria mais que lógico, irem direitinhos ao sítio do costume, mesmo ao lado da manjedoura onde a burra que o pai do autor alugava sempre que precisasse, comia a suas refeições de burra, compostas de palha de trigo seca, na maior parte das vezes e, aqui e ali, lá vinha uma erva verde, principalmente para celebrar alguma vitoria do Sporting já que, tanto o pai do autor, como o mesmo, conjuntamente com o dono da burra, eram adeptos desse clube.
NOTA DE ÚLTIMA HORA, SÓ AQUI NO BLOGUE PORQUE NÃO CONSTA NO LIVRO
 "Pobre burra, se fosse nos tempos de hoje...porque iria comer só "palha seca" meses e meses a fio, atendendo aos resultados do Sporting nos últimos tempos"!
 
Como tal, até existia mesmo ao lado da manjedoura, um monte de palha de trigo seca, limpinha e tudo, local ideal para se “brincar aos meninos”. Sim!… Essa era a ideia que ele veio a magicar todo o trajecto, Lisboa--Alcaide.
Agora, imagine o leitor – e a leitora também – o “choque” que o coração do autor sofreu quando chegou á sua aldeia e tomou conhecimento do sucedido!
Pois, nem vale apena continuar porque, ainda hoje, já com 68 e “going-on” 70 Primaveras – floridas ou não – se enche de raiva surda, ao lembrar-se do que os malvados – “o que pensava ser seu amigo e a ex.”, lhe fizeram.
Deste modo, não aguentando o desgosto, mais até porque começou a sentir uma comichão na testa, indicativo que o envolvimento entre a “sua ex.” e o outro, tinha chegado “ao facto do acto” que, para bom entendedor, significa que tinham consumado ao extremo a traição e que, de facto, para ser mais directo, tinham brincado aos meninos, nas costas dele (?).
Quer dizer! Nas costas dele (?) ponto e vírgula, porque ele não é pessoa que permita que brinquem nas traseiras da casa dele e, muito menos, nas “traseiras” dele. Mas, o que se pretende dizer é que, se aproveitaram do acidente que o mesmo teve com a “dita burra”, para o atraiçoarem na sua ausência.  Assim soa melhor do que “nas costas” dele.(42)
Traquinices, enquanto jovem – “teenager”!
Ora, tal como é mencionado várias vezes nalgum lado nestas linhas, a família do autor realmente era mesmo bem pobre. De facto, era de tal modo pobre que, conforme as horas passavam, a fome ia apertando e, não havendo forma de, com choro ou sem choro, que algum milagre acontecesse, tal como ou parecido com aquele que dizem que aconteceu quando a Rainha D. Isabel transformou as rosas, em pão – seria verdade? (o autor diz não acreditar nisso) – só restava ao autor tentar deitar a mão “ao alheio”… mais, até, porque era muito mais barato.
Mas esta situação agravava-se mais ainda, quando “um aperto agudo” no “esófago” dava um sinal indicativo, indicando que, o estômago estava ali um pouco mais abaixo e – aí é que estava o problema – indicativo que, o estômago estava mais abaixo mas, vazio! É que, o estômago até podia estar onde estava ou onde quisesse.
Isso não era o problema. O problema era estar onde estava e no estado em que estava. Pelo menos ali, o estômago não estava como o “defunto” estava que era, como foi dito várias vezes nalgum lado nestas linhas, completamente num estado de “mudo e frio”.
Ali, o estômago, estava vivo e bem vivo e, para que constasse, fazia com que o seu vizinho logo a seguir – o esófago – fizesse lembrar ao dono e portador dos dois – o estômago e o esófago – que eles existiam e que, como tal, eles não tinham culpa alguma da “fartura de miséria” que rodeava a família do autor. Eles, o estômago e o outro, não se governavam com lamúrias. Eles estavam vivos e bem vivos – antes não estivessem – e, como tal, havia que fazer algo muito rapidamente, providenciando aos mesmos algum combustível, Quanto mais depressa, melhor!
Mais!
O estômago não queria saber da origem de, fosse o que fosse – excepto pedras ou excrementos – desde que lhe fosse fornecido algo e muito rapidamente porque, por cima ainda, o nariz do autor cheirava aquele cheiro a “pão trigo”, vindo de uma padaria situada nas traseiras da casa da família dele, conforme é referido nalgum lado nestas linhas. E, quando assim era, influenciado ou não pelo dito cheiro, o “aperto no esófago” a comando do estômago, ainda se tornava mais insistente e mais agudo. Era uma aflição, aflitamente aflitiva. Daí que, o autor, portador do estômago reclamando manutenção urgente – antes que gripasse – não tinha outro remédio do que tentar deitar a mão “ao aleio” a fosse ao que fosse, desde que fosse comestível – excepto o acima – a fim de tentar “enganar” o dito… que – pensava ele, o autor – que ele não voltava ao mesmo. Era o não voltavas porque, aquele gesto de tentar enganar, era “Sol de pouca dura” devido a que… assim era mesmo. Hora após hora, dia após dia, semana após semana e, o pior de tudo ainda, é que não se vislumbrava “luz verde” – ou algo para trincar – na escuridão escura do horizonte próximo e arredores, da casa da família do autor.
Assim, o andar descalço, até ajudava a atenuar a situação – embora fosse somente temporariamente – porque, esta coisa de subir muros para saltar para dentro dos quintais, e subir a árvores de frutos dos outros, se andasse calçado a coisa poderia complicar-se. Por várias razões mas, pelo menos por duas essenciais!
Uma – era que, o tempo que perdia a descalçar-se poderia ser vital na urgência demandada pelo “esófago”, a pedido do estomago. Duas – era que, se acaso o dono do que quer que fosse a que o autor andava a deitar a mão aparecesse, o autor corria o risco de ficar sem o calçado – fosse ele que calçado fosse e, claro que, se tal sucedesse, não só o esperaria “um ajuste de contas” em sua casa, quando ele aparecesse descalço como, também correria o risco de voltar a ficar outros 11 anos á espera de novo par de calçado – botas ou o que fosse. Desta forma, o andar descalço, era de uma ajuda extremamente importante.
Graças Deus” pelo pé descalço.
Não era e nem foi por acaso que, as primeiras botas demoraram cerca de 11 anos a chegar. Mas, nesta coisa de subir a árvores, o autor teve a brilhante ideia de, um dia, decidir serrar uma pernada de uma árvore – figueira, diga-se já – pelo facto de que, na ponta da mesma, se encontrar lá um ninho de “Papa-figo”, bem como uns quantos figos, que o autor não conseguia alcançar, devido á fragilidade da pernada. Figos, esses que, o autor queria e necessitava de “papar” para acalmar as picadas no “esófago” a sinal emitido pelo estômago.
Assim, não podendo alcançar nem ninho nem figos, a solução seria e foi… cortar a pernada, numa espécie de operação cirúrgica “á Cubano”?(43) porque, na mente do autor, funcionava a ideia de que, se os figos são dados pela figueira para a gente comer, de modo algum lá iriam ficar.
Garantido! Custasse o que custasse.
Foi aqui que, a agilidade do autor ficou bem patente porque, quando o autor, começou a serrar a  pernada, estava escarrapachado de costas viradas para a ponta da mesma, local onde o ninho de “Papa-figo” e os figos se encontravam. Assim, ali a serrar junto ao toro, as consequências foram quase desastrosas porque, com o peso dele na pernada, esta cedeu mais repentinamente do era de esperar – ou era de esperar? – e, de repente, catrapum, pum, pum, figueira abaixo, ficando dependurado numa outra pernada mais abaixo – qual “monkey, chimp” ou qual macaco (?) – e, muita sorte teve ele, não se estatelar directamente em cima de umas empas (estacas) que estavam num feijoal, mesmo por baixo da figueira.
Entretanto, e como é mencionado nalgum lado nas linhas interiores deste livro, o autor, enquanto jovem, além de se dedicar a “brincar aos meninos” com garotas lá do sua aldeia, também matou um gato preto – e a razão é bem referida noutro local destas linhas – mas, noutro aspecto, sempre que alguma garota se fazia rogada, não querendo alinhar no “brincar aos meninos” então, como é referido, o autor, aproveitando o buraco existente em quase todas as portas da vizinhança – na ausência dos ocupantes da casa quando estes iam laborar cada um para a suas hortas e cada qual para seu lado – ele metia no dito buraco, toda a espécie de “bodega” que lhe desse na gana… tal como pedras miúdas, bugalhos de carvalho, serradura, etc., etc.., bem como “m&m’s”(?) de cabra.
Aqui, convém mencionar que os “m&m’s”, eram mais destinados ás casas daquelas garotas que se faziam rogadas ou se “armavam” em ser menos pobre que ele – o autor. Ou seja, a família dessas garotas era pobre mas a caminho de não ser tão pobre como a família do autor e que, como tal, muitas vezes arrebitavam um pouco o “cachimbo”, olhando sobranceiramente para o autor, como que dizendo “cresce aparece porque, desta carne não comes tu”! – “Ai é assim”?… dizia o autor para si mesmo. – “Já vais ver o que te acontece”!
Então o autor, aproveitando as visitas que fazia ao seu irmão que era pastor e, perante o que as cabras faziam pelo efeito das necessidades fisiológicas delas – uma coisa mais que normal, diga-se desde já – que, periodicamente, tinham que fazer e faziam. É que, se formos a ver bem as coisas, até é uma coisa natural que todos os animais – incluindo o ser humano – fazem. Uns mais outros menos e, até em diferentes quantidades, feitios, cores e sabores (?). Principalmente as cores, e os sabores, é tudo uma questão do tipo de ingredientes que foram consumidos na véspera, ou nas últimas horas.
Mas, voltando às cabras, estas lá faziam o que faziam e, como resultado, fosse o que fosse que fizessem, ficava por ali espalhado pelo terreno o produto do que faziam. Lá na aldeia do autor, chamava-se a isso, “caganetas de cabra” – mesmo que ás vezes fossem de chibo – ao produto que as mesmas cabras “expilavam” periodicamente, se bem que, o autor – por traquina, claro – decidiu apelidar as mesmas “caganetas” como “m&m’s”!

Para complemento, e como o autor, andava quase sempre com uma ou duas caixas de fósforos vazias para… se acaso fosse o tempo das cearas de centeio, o autor meter alguns grãos de lenticão nas mesmas, se a oportunidade aparecesse, aproveitando a sua baixa estatura, para se enfiar pelo meio das cearas adentro sem ser visto, devido a que o “centeio” era mais alto que ele. Ali, no meio da ceara, era só ir vendo se parecia alguma espiga que tivesse um grão defeituoso (lenticão) para recolher e meter dentro das caixas de fósforos vazias.
O certo é que nem sempre isso sucedia e, como tal, ele lá tinha as duas caixas vazias, quando foi visitar o seu irmão pastor, como já foi dito e, estando ali junto ao mesmo, ele aproveitava a oportunidade para apanhar umas quantas “caganetas” já secas, metendo-as dentro das caixas de fósforos vazias. Também poderia apanhar das “caganetas” ainda fresquinhas – às vezes ainda a fumegar de quentinhas – mas, por uma questão “higiénica” 44 e, também por uma questão que o possível “perfume” das mesmas pudesse estar activo em demasia, então, e por isso mesmo, ele optava quase sempre pelas secas. Mas, se acaso não levasse caixas de fósforos, pois também não era problema algum porque, se não havia dinheiro para ele meter nos bolsos, pelo menos podiam servir de algo útil para as ideias dele – o autor – e, neste caso, usava-os para lá meter os “m&m’s”.
Bem, considerando que os “m&m’s” iam sempre em caixas de fósforos – uma vez que aquela coisa de irem nos bolsos, era só temporariamente até serem transferidos para as caixas – o certo era e foi que, o autor, na primeira oportunidade, embrulhava cada caixa em papel de jornal, colando com cola das cerejeiras e… ali ficava á espera da primeira garota que se fizesse rogada e, logo que isso acontecesse, era só estar de “olho” alerta para ver quando é que a família da dita saia de casa. Família fora, gato na rua, pedra tirada do buraco do gato e, “m&ms” buraco adentro.
Noutro aspecto, para um impacto mais directo nas garotas, que assim se comportavam, o autor arranjava latas da “Fanta” vazias para onde urinava quando a vontade lhe provinha. Guardava a lata bem guardada e, quando ele encontrava essas garotas a brincar com outras garotas e garotos da mesma “laia”, em cima de um monte de areia que os pedreiros tinham despejado ao lado de um balcão de cantaria que existia – já não existe – mesmo atrás da casa dos pais do autor, ele procurava subir ao balcão sem que os outros garotos dessem por ela e, aproveitando facto de, quem quer que fosse que tinha feito o balcão, não era bruto não senhor.
É que, nas lajes superiores, a servir de patamar de entrada, tinham escavado uma cavidade tipo “v”, para que a chuva fosse por ali guiada e saísse para fora do balcão por uma espécie de caleira, de modo a não ficar ali mesmo assente nas lajes. E, aproveitando esse factor, o autor, como já se disse, tentava subir ao balcão sem que o vissem e, com um miolo de pão centeio, bloqueava o “v” do lado das escadas para que qualquer liquido, fosse ele água ou mijo, fosse desaguar – ou “desmijar” – no outro lado mesmo por cima do monte de areia, onde os garotos e garotas “snob” se encontravam a brincar.
Assim munido do miolo do pão e da lata da “Fanta”, subia, despejava a lata no “v” e, após isso, “oh-pata-leve--do-pé-descalço-para-que-te-quero”, fugindo a toda a velocidade, para que não se dessem conta de quem tinha sido. Uma outra “faceta” que o autor quando jovem teve e tinha, era querer ser “terrorista” para se vingar de todas as “afrontas” que alguns dos ricos lá da aldeia do mesmo, fizeram á sua família.

E, com isso em mente, aproveitando o facto de que um dos seus irmãos – aquele que tentou praticar de veterinário sem licença, conforme é mencionado nalgum lado nas linhas deste livro – tinha uma caixa de chá “lipton” quase cheia de “lenticão” que, naquele tempo, os “farrapeiros” que visitavam as aldeias á procura de peles de coelhos, lebres, etc., procuravam muito devido a que – constava-se – que o mesmo servia para fazer não se sabe que tipo de medicina. Se servia ou não, para o autor, continua a ser uma incógnita.
O certo é e foi que, o autor “roubou” a lata do chá “lipton” ao irmão, para o vender lá numa mercearia, a qual fazia negócios com o “farrapeiro”. E, aproveitando a verba recebida, o autor gastou tudo na compra de bombas de “S.João”, com a ideia de as poder juntar todas e fazer uma bomba maior. E, apesar de, naquela ocasião, ser bastante guloso, só gastou 25 tostões em rebuçados… mais, até, por causa dos bonecos com figuras de jogadores de futebol que os mesmos rebuçados traziam, do que propriamente pela gulosice. Tudo o mais, foi só bombas. Algumas 100 ou mais!

Assim, embora comprometido com o roubo feito ao irmão dele mas, como era para uma causa comum, onde a dignidade da família estava em questão, até nem se sentia muito comprometido – embora estivesse um tanto ou quanto mas não muito – de modo algum queria chegar a casa dos pais, carregando com tanta bomba e, por isso, decidiu abrir uma cova, colocar as mesmas dentro de um saco de plástico que voava por ali – mais um – e, enterrou tudo num local que, ainda hoje não sabe onde porque – pouca sorte dum cabrão, confessou o autor – o terreno tinha sido vendido e, de repente, entrou uma escavadeira, dando cabo do esconderijo das bombas.
Mas, como a ideia dele era poder juntar muitas, para tentar dinamitar a casa lá do tal ricalhaço – não se diz o nome por uma questão de segurança (?) – e, querendo comprovar que as mesmas bombas não eram falseadas, meteu umas 10 nos bolsos para se certificar que funcionavam.

Assim, sozinho em casa, de guarda – como de costume – ao caldeiro com a vianda para os porcos – facto que é referido nalgum lado nestas linhas – coisa que era uma tarefa diária – o autor decide experimentar e, vejam só – abriu uma das bombas pelo lado oposto ao rastilho e, toca a deitar a pólvora nas chamas da fogueira, por debaixo do caldeiro.
Que liiiiiiiiindo!
Aquilo tudo luminoso…
fazendo lembrar fogo-de-artifício!
Que coisa linda!!!

 Bem, descoberto o “engenho” o autor decide colocar todas as restantes 9 bombas, de “cú” virado para a lareira (?) – monte de lenha a arder, debaixo do caldeiro, com a vianda prós porcos. A ideia, até era boa mas, o resultado é que não, confirmando o que autor diz mais que uma vez, no interior das páginas interiores deste livro que, “nunca por nunca ser”, se deve colocar a intenção – por muito boa que seja – á frente dos resultados. Portanto, tal como o autor esperava, cada das bomba devia de pegar fogo pelo lado de trás, não utilizando o rastilho mas – há sempre um mas – o problema foi que, quando uma delas se incendiou como devia…
QUE LIIIIIIINDO ESPECTáCULO!!!
A chama pegou fogo ao rastilho da bomba que estava mais próxima e, “catrapum-pum-pum-catrapum-pum-pum--catrapum-pum-pum-pum! Caldeiro a dançar, brasas pelo ar, vizinhos a gritar e, cama dos pais do autor, quase a arder!

É que o raio da cama estava logo ali ao lado da cozinha, apenas com uma cortinazinha feita de um lençol velho, com uns quantos buracos naturais pela idade, e aqui e ali – mas lá na cortina (?) – uns sinais de algumas “assoadelas” que, como é mais que lógico, não havendo muito mais opções para limpar “o monco” que às vezes e bastas, aparecia no nariz dos mais novos – incluindo o nariz do autor.

E, aquilo ali, mas lá na casa dos pais do autor, não só foi “QUE LINDO” porque, de facto, ia sendo o lindo e o bonito porque, aquilo não ardeu tudo, porque os vizinhos vieram a tempo. Depois disto, o autor crê que só apareceu em casa,  depois de dois dias, escondido numa cabana lá numa horta de alguém, na encosta da serra da Gardunha, já depois de ter pesquisado quantas árvores de fruto havia por ali nas redondezas – nenhuma delas pertencentes á família dele.
Como resultado de tudo isto, o autor pareceu aprender a lição ao ponto que, a tal ideia de querer ser “terrorista” aterrorizou-o de tal ordem que, para constar, hoje é um homem pacífico que sabe perdoar ao seu semelhante, excepto a quem o quiser “falcatruar”.

Defeitos
Segundo o autor, um dos maiores defeitos – mas não o maior – por tudo que saiba e por tudo quanto nota, é o facto de um dos seus 5 “membros”, nos últimos tempos ter-lhe dado para não “levantar cabeça” tão assiduamente como era costume, o que irrita um tanto ou quanto o autor mas, como às vezes até desperta sem estar a contar com ele para nada… e atendendo á idade do “pobre”, até lhe perdoa esse lapso.
Um outro defeito – mediano, segundo o autor – é ser “teimoso” que nem um “mulo” principalmente quando ele “pensa” que tem razão. Aqui, tal como um “burro” só á “arrochada” é que, de repente, quando vê o arrocho no ar, muda de opinião. Não exactamente porque aceite de bom agrado, mudar de opinião mas, sim, para não levar com o “arrocho”.

Agora, o chefe-ingrato-epidémico-constante, maior defeito, para que conste – diz o autor - é a falta de dinheiro! Uma doença crónica muito antiga, para qual já tentou todos os remédios e mais alguns, incluindo aquele dificilíssimo de aguentar ao que muitos se referem como “trabalhar muito”. Sobre este último, diz o autor – com justificação há que o dizer – que, desconhece tal remédio e que, se desconheceu até aqui, não é agora aos 67 e picos de idade, que vai á procura de saber se funciona ou não funciona. Assim entre muitos, mais um, experimento falhado.


Desporto:
Actualmente, o autor não pratica nenhum mas, quando adolescente, o autor, conjuntamente com outros garotos lá da aldeia dele, costuma praticar o jogo da “bilharda” – a descrever mais adiante – e do futebol, embora, neste último, até fosse mais “jogo de caneladas” uns nos outros do que jogo de futebol em si mesmo.
Passatempo:
O tempo passava, passando
Monótono, quase todos os dias
O autor passava-o brincando
Magicando várias “fantasias”!
Mas, antes de entrarmos directamente nos pormenores de descrever qualquer “fantasia” que o autor inventasse, ocorre-nos referir que, uma delas – entre tantas que o mesmo era propenso – imaginem só para o que lhe havia de dar! Não é que ele magicou a ideia de ir praticando – miniaturísticamente falando – a invenção de “foguetões tripulados”…isto muitos anos antes do 1º homem ter chegado á lua!?

“Vá, sai daí oh rapaz! – Aí entro eu”! – Vá vai-te embora que a tua mãe está lá fora a tua espera”!
Tal com ouviram (?) o autor acaba de chegar e está a exigir que a partir daqui seja ele e, camo tal, antes que ele se zangue comigo, aqui passo o “teclado” ao autor porque ele faz questão nisso. Diz ele que quer ser ele mesmo a fazer a sua própria descrição, afim de tornar a mesma mais directa – com relato na 1ª pessoa. Assim… “xau”! - “Muchas grácias” – respondeu o autor.
– “Olá a todos, sou eu”! O tal que “apixou” o fogo á fonte do Vale…acendendo-o com água e apagando-o com palha!

Portanto, como o “rapaz” já foi embora, agora sou que estou a cargo do que quer que seja que estou a cargo incluindo o “teclado” e, dando continuação, sim , é um facto, conforme o rapaz mencionou, eu tentei inventar um aparato que pudesse servir de guia para algo mais avançado no futuro mas, como a pobreza era o que mais abundava ao meu redor, então, não tive outro remédio que, usando as minhas mini faculdades “intelectuais”, utilizar os produtos existentes no sector dos recursos naturais, que “abundavam” em abundância, na região da minha aldeia que, resumindo, resumo… tratar-se de “moscas, abelhas e feno bravo” 45. Tudo tem uma explicação e, aqui a coisa era bem simples.

1) Onde existirem currais de porcos e de outro gado qualquer, existem moscas.

2) Onde existirem moscas, existem abelhas.

3) E, onde existir “outro” gado além de porcos, existe feno e, se possível “feno bravo” porque sempre sai mais barato aos donos do gado. Assim, perante a presença de “recursos” naturais em abundância, eu não me poderia queixar que não tinha com quê…para fazer o que quer que fosse que planeava fazer. Mas o melhor é começar pelo principio.
Deste modo, voltando ao tema do meu passatempo – “traquinices”, que ao-fim-e-ao-cabo é origem do “caroço” de um dos temas – o invento do foguetão tripulado – vou relatar um pequena história real, passada junto á casa que era dos meus pais, hoje pertença de um dos meus irmãos.
Portanto, entre as várias traquinices que fazia, incluindo o roubo do cântaro á tal garota – recordam-se? – por vezes eu passa o tempo a brincar “aos foguetões” de abelha-mosca ou mosca abelha”! - Já explico como é… e do que se trata. Outro passatempo, era jogar á bilharda e, para fazer jus ao refrão de “os últimos são os primeiros” começo pelo último.
Assim, a começar pela bilharda, devo dizer que é uma espécie de jogo parecido com ou quase o “baseball” americano mas que, efectivamente, tem origens na minha aldeia – o Alcaide. De facto (?), a “Bilharda” já existia muito antes do “baseball” existir. Só que, como em muitas outras coisas, nós Portugueses, não protegemos as possibilidade de “patentear” seja o que seja – neste caso específico, patentear o jogo da “bilharda” – e, ainda por cima, por este jogo ter origens no Alcaide, isto começou a fazer “macaquinhos” na cabeça dos americanos porque, Alcaide, tal como Al-Queida, soa quase igual, embora o significado seja diferente – muito relativamente há que o dizer – porque, Alcaide significa “chefe” e Al-Queida significa “base”.
Bem, mas para os americanos, inteligentes como são (?), para eles é ou foi a mesma coisa. Então, eles, americanos, que apregoam a toda a hora e aos 7 ventos que eles é que são os maiores, melhores e mais poderosos – pois, com esta coisa a “zunir-lhes” no ouvido, ao ouvirem “zuns-zuns” que, lá numa aldeia chamada Alcaide (Chefe) fundada por um árabe (?) – oh… não!? – e que, ainda por cima, onde na mesma se praticava um desporto “único” no mundo… eles, ao saber disso ditaram a sentença e… qual jogo nº 1 ou qual quê?
Não senhor, uma!
Não senhor, duas!
E não senhor de uma vez…disseram alguns “gringos” que andavam por ali – lá no Alcaide – a espiar, disfarçados de “missionários” daqueles do Utah ou, mórmons. E, tanto que assim foi que, antes que o Alcaide enriquecesse muito – como enriqueceu o Bin-Laden – com essa coisa do jogo da “bilharda” eles – americanos – resolveram desenvolver a coisa, transformando-a, no que está transformada. A “doidice” nº 1 dos americanos – embora haja a nº 2 , a nº 3, a nº 4 e a nº 10 porque… a nº 11, é quererem dominar o mundo!
Aqui, pelo que podem ver, eles – americanos – até (?) nem são muito ambiciosos porque o domínio do mundo, está em 11º lugar que, pelo andar da carruagem, deve ser o lugar onde o Sporting vai terminar o campeonato. Neste ponto, nem importa mencionar que campeonato porque – factos são factos – nos últimos anos, tem sido quase em todos os campeonatos. E, na realidade, pela forma de jogar, poderá ou poderão ser os campeonatos dos próximos 10 anos.
Mas, deixemos os americanos e o Sporting em paz, para ver se eles – americanos – nos deixam em paz a nós também, e para ver também, se o Sporting nos surpreende com algum “brilharete”. Sonhos parvos mas, sonhar não é pecado nem crime. Mas vamos á “bilharda”.
Primeiro – há que dizer que se trata de um jogo de pobres e, se possível, quem o jogar deverá utilizar calças esfarrapadas devido a que, o cair, não só é certo como é absolutamente garantido! E isto porque se, se levar calças novas – ou já assim não tão novas e ainda não esfarrapadas – já sabe que, aquele que as esfarrapar a jogar á bilharda, quando chegar a casa poderá vir a ter “ceia” – ou almoço se não forem muito pobres como nós eramos… mas que, lá pelo facto dos meus pais serem muito pobres, lá isso de deixar os filhos ir p’ra a cama sem ceia… oh… lá isso não! Podia não haver almoço – que era o menu do dia-a-dia – mas ceia havia sempre. Composta de quê (?), isso agora até nem importa pro caso.
Mas, como dizia eu antes, se o garoto – porque isto efectivamente é um jogo de garotos – jogador da “bilharda” rasgar as calças enquanto joga, a ceia dele poderá vir a ser “sardinhas” de 5 rabos” nas trombas! E eu até sei muito bem o que isso é porque… bem não adianta contar por agora.
Também é recomendável jogarem descalços. Claro, no meu tempo, não era preciso tal recomendação porque… bem já adivinharam (?), até á missa eu ia de pé descalço. Mas, esperem aí! Eu ia á missa de pé descalço… mas – há que o dizer – de pés lavados, esfregados com uma pedra e tudo, por uma questão de respeito e, principalmente, para que uma “tal garota que me andava cá a moer a miolinha”, não pensasse “coisas” a meu respeito. É que eu, até podia ser pobre 46 – e era – mas também era muito asseadinho! Tão asseadinho, tão asseadinho que – garanto-lhes – nunca “fiz nada” nas cuecas!
Bem, deixem-me explicar!
Primeiro – porque as não tinha e, segundo, porque eu usava “bibe” com uma racha atrás e uma racha á frente. Mais adiante explico melhor. Por agora, vamos ao jogo da “bilharda”.
Descrevendo o jogo!
Para começar, precisa-se de se arranjar duas “trancas”, ou dois paus, ou como lhe queiram chamar. Até pode ser só ser só uma tranca, desde que seja comprida mas, o melhor é arranjar dois pedaços. Um, mais ou menos de palmo e meio e, outro, mais o menos de um metro e picos. O picos… é conforme altura de cada garoto mas, deve ser do comprimento apropriado para que, o jogador que o vai a usar, se sinta á vontade no uso dele, na missão que lhe é destinada.
O primeiro pau, que seja mais “grosso” que o outro e, o outro que seja mais “miúdo” que o primeiro. Então, com uma faca ou uma navalhas dessas que os pastores usavam, afim de “trabalhar a torga” para fazerem bugalhos para jogar ao bugalho, afia-se o primeiro pau, bem afiado dos dois lados, ficando o mesmo com dois bicos.
Previamente, se o segundo pau não tiver uma curva no lado da ponta mais grossa, deve tentar fazer-se uma pressionando o pau contra qualquer coisa – excepto contra as minhas costas – deixando o pau lá naquela coisa por uns 8 dias – que é o recomendado – para ganhar uma aparência encurvada, tipo… mas não tanto, como aquela coisa de jogar o hóquei-patins ou o outro.

Todos os jogadores, que até podem ser 20 – desde que não façam muito barulho (47) – devem ter “pau” porque, como já disse, este jogo efectivamente, é só para machos.
Assim, tendo tudo pronto, procura-se uma rua onde não haja casas com janelas ou, se houver casas com janelas, que as janelas não tenham vidros inteiros. Ao mesmo ou simultaneamente, antes de começarem a jogar, devem inspeccionar a vizinhança, para se certificarem se por ali não haverá algum ou alguma “coscuvilheiro/a”, no caso de… deixem-me acabar de explicar…
É possível que, a maioria dos donos ou donas das casas, tenha abalado cada qual para a sua horta e que, como tal, só irão regressar á tardinha. Mas, se por acaso, por ali ficar alguém que possa vir a dar-se conta – isto por se acaso a “bilharda” for bater no vidro de alguma janela que ainda tenha vidros inteiros – aqui entra em acção aquela coisa do: “pé-da-pata-descalço-para-que-serves-tu-se-não-parazarpar-a-toda-a-velocidade-antes-que-o-do-no-da-casa-possa-vir-ou-antes-de-alguém-assomar-a-cabeça-á-janelaa-ver-a-origem-do-barulho-do-vidro-partido-e-vá-contar-
ao-dono-da-casa-cuja-janela-foi-atingida.
Mas, assumindo-se que tudo está em ordem, há que seleccionar quem é que joga primeiro. Aqui, claro, como isto é um jogo de garotos e, como tal, creio que ninguém vai levar a mal se eu disser o que vou dizer e, atendendo a isso mesmo, quem tiver a “pilinha” maior é que joga primeiro. Aqui, neste momento, as meninas que estiverem presentes, deverão tapar os olhos ou virarem-se de costas para os rapazes. Mas, se taparem os olhos, não vale fazer batota, espreitando pelo meio dos dedos. Isso é ilegal!
Claro, as leitoras que estiverem a ler esta secção, podem continuar a ler porque não irão ver “pilinha” alguma só com o estarem a ler. Sim, sim… já sei que até podem imaginar! Mas, o facto é que, eu não tenho culpa alguma que imaginem porque, para imaginar, não se precisa de ler nada. Basta pensar no assunto.
Mas, estando aqui agora com as mãos na massa, vem--me á memória aquela coisa que, quando garoto, juntamente com outros garotos, íamos para “as ladeiras” – um sítio lá na minha ladeia – a fazer exactamente isso de…mostrar as “pilinhas” uns aos outros, mesmo que não fosse a jogar á “bilharda”. Até porque ali o terreno não dava para isso, por ser muito inclinado.
Então, recordo e bem que, numa dessas vezes, um dos “traquinas” com mais idade, se saiu com uma “dica”, dizendo que tinha ouvido dizer que, pondo leite de figueira na “glande” da “pilinha”, fazia engrossar e crescer. Eu, ali, que até sou muito moderado nestas coisas, ao ouvir o que ouvi, olhei logo ao redor para ver se via alguma figueira. Não vi mas, na 1ª oportunidade… “oh diabo… aiiiiiiiiiiiii”, que ainda hoje me arrepio todo, só de falar nisto, tais eram as dores que senti com tal experimento!

Mas, tal como digo nalgum lado nestas linhas, a mim quem me a faz, paga-ma. Deste modo, antecipando a oportunidade, roubei um quantos “torrões” de açúcar branco, á minha mãe, embrulhando cada torrão em separado. Aos mesmos, juntei um torrão de “potassa” e, quando apanhei o da “dica” a jeito… juntamente com outros garotos, dei um torrão de açúcar a todos – só faltaram dois – guardando o torrão da potassa – que até tinha sido embrulhado com um papel diferente para o reconhecer para dar ao tipo e… záz… depois de lhe o dar, só esperei que ele o metesse na boca para eu “zarpar” a toda a velocidade. Só ouvi ele praguejar algo mas, como eu também tinha praguejado, respondi-lhe… – “Cá se fazem cá se pagam”. “Toma que é para almoçares, cabrão”!
Fiz isto, mais até para que ele não se tivesse andado a gabar da façanha durante a semana toda, depois de ter tomado conhecimento do que me tinha sucedido.
Mas, continuando com a bilharda, e como dizia antes, todos os garotos têm que mostrar a “pilinha” uns aos outros e todos terão que votar naquele que a tiver maior. E, por isso mesmo, é que disse antes que isto era um jogo de machos porque, Deus me a mim livre, de eu mostrar a “pilinha” a uma menina! Eu nunca (?) me atreveria a fazer uma coisa dessas! Pelo menos em público! Não é por nada, mas por muita coisa!
Uma delas era e foi que, eu bem lembro que, o “bibe” que eu usava, tinha uma “racha” atrás, e uma “racha” á frente também, á cautela do que quer que fosse porque, nestas coisas de garotos, vale mais prevenir do que remediar.
Então, recordo perfeitamente, que eu estava agachado a ver se apanhava um “mosca” para fazer um foguete (?) – depois explico – quando uma garota minha vizinha se aproximou de mim, apontando o dedo indicador… acabou por dizer… “Eu sei (?) para o que é que aquilo serve”! Ora, estando eu ali, prestando toda a atenção á mosca, nem me apercebi bem ao que ela se estava a referir. Com isto, de repente, a puta da mosca voou e, foi então que eu me concentrei no que é que a garota tinha dito. Pergunto.
Isso o quê”?

Então, o raio da garota, aponta com o dedo para o local onde estava dependurado um pedacinho insignificante de carne, saindo do meu bibe, pela “racha” da frente. Eu, envergonhadíssimo, lá tapei mas, por uma questão de curiosidade, uma vez que eu sabia muito bem para que é que aquilo servia, disse-lhe. “Eu também sei muito bem que serve para fazer “xixi”!
Volta o raio da garota, a sair-se com esta… – “Mas também serve para brincar aos meninos”! – “Ups”… o que é que tu disseste”? – pensei eu baixinho, porque eu estava ocupado. É que, na realidade estava ocupado porque, quando ela disse o que disse, tenho que confessar, que me apanhou desprevenido. Contava com tudo, menos com aquilo que ela disse! Raio da garota, a distrair-me do meu afazer que, era e continuou a ser, tentar apanhar uma mosca para fazer um “foguete” de abelha!
Voltando a esta coisa do “bibe” ter uma racha no lado da frente, se bem que a ideia inicial até fazia a sentido – como que uma espécie de prevenção para o que acaso acontecesse – o certo é que, ainda bem me lembro que, numa outra ocasião, estando ali na mesma a ver se apanhava uma mosca – porque, na realidade, aquilo era um passatempo quase diário – o tal pedacinho insignificante de carne, chamou a atenção de uma abelha e… záz, qual brincar aos meninos qual quê?! A puta d’abelha, espeta o ferrão mesmo na pontinha, daquela polegada e meia de carne ali dependurada – vá lá vá lá que não foi á “glande” – e, eu com umas dores dum raio, gritando “ai, ai, ai, aiiiii” de dores… piores ainda que as causadas pelo leite da figueira que, agora já passados tantos anos, nem me recordo quantos “ais” eu gritei. O certo é que, passado algum tempo, a pontinha daquele pedacinho de carne, parecia um trambolho.
Agora, imaginem os leitores – e as leitoras também – se isto, ou seja, se aquilo que me aconteceu naquela ocasião, me acontecia hoje?! Se tal me acontecesse hoje, a pontinha (?) não ficaria como um trambolho mas sim como um “trambolhozão” e, ainda por cima, tinha que aturar a minha mulher – desconfiada como ela é! – tentando saber onde é que eu tinha andado, para ter “exposto aquilo” á atenção de uma abelha!
O raio da mulher! Ainda se tivesse “exposto aquilo” á atenção de alguém, vá lá que não vá… mas, agora uma abelha! Francamente, não sei porque é que a minha mulher há-de ser tão desconfiada!
Eu, com umas dores (?) dum raio – na ocasião – e ela a desconfiar de mim ainda hoje! Que dores terríveis senti eu… e logo ali naquele sítio!
Bem, sobre a minha mulher, eu só estava a dar um exemplo porque, lá nisso, ela até nem tem de que se queixar muito, porque eu até sou bom rapaz. Não vou á missa, mas tenho cá as minhas regras. Uma delas é… só se não puder poder “podêr” mesmo!
Ainda hoje me arrepio todo ao pensar nisso, recordando o estado “físico” em que aquilo – a pontinha – ficou, parecendo como um trambolho! Eu ainda me lembro bem que, enquanto o inchaço do “trambolho” não abaixou, eu fazia “xixi” por dois lados e, para baixar o inchaço, até uma faca da cozinha foi usada.
– “Uma faca? Perguntar-me-ão os leitores! – “Sim… uma faca”! Mas não se aflijam os leitores e leitoras porque, a faca não foi usada para cortar aquela espécie de polegada e meia de “linguiça” verde (ou por secar). Na realidade, a faca foi usada como alternativa á falta de gelo, fazendo jus aquele ditado que diz… “quem não caça com cão, caça com gato”. E, como não havia gelo,
usou-se (usava-se) o “frio” da lâmina de aço, do qual a faca era feita. Se não era aço era ferro. Que cortava, cortava e, que a lâmina era fria, era. Deste modo, usou-se o “frio” da folha da faca, para colocar em cima da pontinha “daquela coisa”, na tentativa que o inchaço baixasse.
Mas, voltando á garota! Ali, apanhando-me desprevenido como já disse e, como entretanto, tinha poisado outra mosca mesmo ali a jeito eu, com o máximo de cuidado, usando a minha mão direita que é aquela que me dá mais jeito para certas coisas, incluindo apanhar moscas… zzzzzzup, consegui agarra-la.
Portanto, já com a mosca agarrada, viva e tudo, agarro numa palhinha de feno bravo bem fininha e espeto-a na mosca. Pego na palhinha com a mosca na ponta, e aproximo-me do local onde, na véspera, tínhamos despejado espinhas e cabeças de sardinhas assadas (poucas, porque a minha família era muito pobre, mas lá estavam os restos) onde voavam algumas abelhas, atraídas pelo

cheiro da sardinha. Ou por outra! Atraídas pelo cheiro dos restos das sardinhas. Então, uma das abelhas, poisa em cima da ponta da palhinha onde estava a mosca espetada e, “aí vai um foguete de mosca-abelha” pro ar! Começou assim e desta forma, a ideia dos “foguetões” tripulados. E a coisa repetia-se pelo dia a fora, dia-a-dia
Nota: Ainda hoje não sei o que é que as abelhas têm contra as moscas. Do meu lado sei, porque são chatas como um raio, principalmente quando caíam duas juntas – a fazer não sei o quê – dentro do meu prato da sopa – único sustento do dia. Se ficasse com fome, pois “tire as moscas fora e cale as trombas pingente de merda” – diziam os mais velhos!
Convém agora aqui referir que, esta coisa do “foguete-abelha-mosca ou mosca-abelha” foi o que deu origem á ideia dos foguetões tripulados, como já foi dito. E, convém também referir que, com isto, lá foi mais uma ideia que, os americanos “arrancaram” ao Alcaide. Creio até que, a raiva deles contra o “Al-Queida” já remontava a esses tempos.
Portanto, a ideia do foguete “mosca-abelha”, já está explicado.
Agora, voltando á “bilharda” – reparem bem que o nome “bilharda” até tem algo a ver com a “pilinha” dos garotos porque, uma vez, já com um pouco mais de idade, embora ainda garotos, quando um dos mesmos – eu não porque, lá nisso, sou muito moderado, tanto na conversa como no resto – e, perante a opção de ter que se saber quem é que jogava primeiro á bilharda – como dizia eu, um dos mesmos garotos, mostrou a “pilinha” dele aos outros, como todos os outros tiveram que fazer o mesmo de um a um, para se saber qual deles, entre todos, tinha a pilinha maior. Já disse antes que isto da “bilharda” é um jogo de machos. E, como já disse antes também, aquele que tivesse a “pilinha” maior é que jogava primeiro. Então um dos outros, ao ver a pilinha do Tonito, exclamou… “eh pá, o Tonito tem quem uma “bilharda”!!! Daí, o eu dizer o que disse.
Mas, vamos ao jogo.
Seleccionado o primeiro garoto, este pega no “sua tranca ou no seu pau” – aquele que tem a curva na ponta e não no outro – e tenta bater na “bilharda”, tentando ver se lhe bate certeiramente em cheio, na zona-secção de um dos bicos afiados, para que a “bilharda” gire tipo “hélice” de avião” – ou “spin-around”, como se diz em inglês – da direita para a esquerda ou vice-versa, dependendo de que ponta da “bilharda” foi atingida.
O toque não deve ser com força de “bruto” mas sim, deve ser um toque suave, certeiro, de modo a que a “bilharda” seja elevada uns palmos acima do solo e, aproveitando o movimento rotativo da mesma – isto tem a sua ciência, não pensem lá que não tem – e mais uma vez a comparação com o “baseball” vem á baila – o jogador deve tentar dar uma cacetada bem dada enquanto a mesma está no ar – baseball á vista! – de modo a que esta vá parar o mais longe possível.
O segredo nesta coisa toda – enquanto se é novo – é saber dar a 1ª e a 2ª “trancadas" bem dadas. Principalmente a 2ª, deve ser dada de modo a que a trajectória da “bilharda” siga no enfiamento da rua onde estiverem os garotos a jogar, afim de evitar que a mesma vá contra a parede de alguma casa ou, pior ainda, contra alguma janela com vidros.
Doutra forma, como já disse, se partirem algum vidro, pirem-se o mais rápido possível antes que alguém venha a ver e diga ao dono da casa com a janela do vidro partido.

Agora, alguns pontos a aclarar.
1) A descrição do jogo já está feita.
2) Resta saber que tipo de prémio é dado ao vencedor.
Aqui, por tudo quanto sei, quando alguém ganhava ao jogo, os outros mandavam-no a que fosse jogar “ao pau com os ursos”! Se isto é que era o prémio não sei, porque eu nunca ganhei. Mas, o que sim sei é e foi que, com aquela coisa da tal garota dizer que sabia para que é que servia “aquele pedacinho insignificante de carne, que ela estava a ver ali dependurado” a sair através da racha da frente do meu bibe, confirmei o facto já mais tarde, quando trabalhava numa taberna-carvoaria, em Lisboa. Acaso recordam-se de eu ter mencionado isso, não recordam? Assim foi!
Ora, foi ali – na taberna-carvoaria – que alguém me deu um par de calças usadas que, devido á minha pobreza, aceitei sem pestanejar e, até disse muito obrigado e tudo. E, friso este ponto porque, conforme é referido nalgum lado nestas linhas, lá na minha aldeia, a frase “muito obrigado” não se usava nem usa (creio eu) lá muito, embora já vá sendo usada aqui e ali.

Se bem se devem recordar, lá na minha aldeia, quando alguém tem motivos para agradecer a alguém, quase sempre diz “muito bem-haja” e não muito obrigado. E, aqui, mais uma vez, fica demonstrado que eu até tenho “queda” para aprender idiomas, tal com é referido nalgum lado no interior destas linhas.
Mas, voltando ao par de calças que me deram, as mesmas eram muito largas e “á boca-de-sino” e, como nunca gostei de tal coisa e, aproveitando o facto que, um dos clientes da taberna-carvoaria, era alfaiate, eu aproveitei para falar com ele se me podia dar um jeito “naquilo”. Ele disse que sim, e lá vou eu a casa dele.
O resto da conversa, já foi contada e, como tal, não vou repetir. Recordam-se dele me perguntar “de que lado é que eu usava a “ferramenta”? E recordam-se também da minha resposta á pergunta dele? “Que eu não tinha ferramenta alguma, “blá, blá, blá”, ao que ele respondeu “oh rapaz… “a ferramenta” a que eu me refiro, é aquela coisa que as meninas gostam muito para brincar aos meninos”?
Portanto, como dizia, ali naquele preciso momento, fez-me lembrar a tal garota que estava a apontar o dedo para onde estava apontar, dizendo o que dizia ali, naquele momento, quando eu estava ocupado a tentar apanhar uma mosca. Há coisas “d’um raio”!
Porque é que o “raio” da garota, me havia de estar a distrair num “raio” de um momento daqueles, por causa do “raio” de uma coisa tão insignificante – naquele tempo – que estava dependurada onde estava, a sair para fora do “raio” da racha do “raio” do bibe?
Francamente! Havendo tanta coisa mais importante na minha mente, que era a “invenção” do 1º mini “foguetão tripulado” – usando como experimento uma mosca e uma abelha – lembrem-se que eu era pobre – e vem-me ela, com aquela!
Portanto, com isto tudo, distraí-me e não fiz o registo do meu invento e, como tal e como sempre, lá vêm os americanos a tirar vantagem do meu experimento. Não chegava já o caso da “bilharda” que, com origens a na minha aldeia, o facto é que não é invenção minha. E, para finalizar, e como dizia acima que tinha que aclarar alguns pontos, permitam-me aclarar o seguinte.
Aquela coisa dos americanos “copiarem” a ideia da “bilharda” – grandes ladrões! – para a transformarem no “baseball”, utilizando um disfarce que, só um bom observador é que se dá conta, está-me aqui atravessada no “goto”.
Vejamos a semelhança entre os dois jogos – “Bilharda versus Baseball”.

1) Ambos começam por um “B”.
2) O pau-bilharda, foi substituído por uma bola.
3) O pau-tranca-cacete, encurvado numa das extremidades, foi substituída por outro pau que, em vez da curva foi adelgaçado num extremo para se poder agarrar bem com as mãos enquanto no outro lado é mais grosso.
Agora vejamos a semelhança entre o Foguete “mosca-abelha” vs. Foguetão tripulado”

1) Alfabeticamente, não existe nenhuma. Aqui não há hipótese de se poder reclamar.
2) Combustível:  Foguete = mosca (sólido) – já há uma hipótese.
                              Foguetão tripulado = Na maioria, sólido.
3) Motor: Foguete = abelha
                   Foguetão tripulado = Emaranhado de peças.
4) Estabilidade: Foguete = palhinha
                            Foguetão tripulado = Corpo adelgaçado,
                            tipo "palha-grossa"!

 Portanto, como se vê, embora nalguns aspectos não se note completamente a semelhança, o facto é que, há muitas “violações” baseadas somente nas ideias que… alguém algum dia teve, num momento de inspiração. Deste modo, embora para mim e para os alcaidenses já seja tarde para reclamar (?) qualquer direito de invenção, aqui fica o aviso para que, seja o que seja que pensem fazer – ou ter ideias em fazer – escrevam tudo em papel de boa qualidade, não vá dar-se o caso que a tinta “mareie” – como mareou naquele tempo em que eu fui registado após o meu nascimento – recordam-se disso, relatado mais atrás? – notarizem o que quer que seja que escrevam no papel para que, quem sabe se, num futuro próximo, não vamos ter um inventor natural do Alcaide.
E, digo isto porque – voltando á carga – se o pessoal lá do Alcaide – eu incluído – tivéssemos registado a “patente da ideia”, talvez os americanos fossem obrigados a pagar bem pago pelo roubo (?) da mesma ideia. Só que, pelo passado dos mesmos, seria o mesmo porque, eles quando roubam qualquer coisa, já é com intenção de não pagarem.
***
Chegado aqui, penso já não ser sem tempo… aleluia, aleluia… cheguei ao fim da narração de certos episódios reais, entremeados aqui e ali, com umas “salpicadela” de alguns episódios fictícios que, como tal, não são reais, tal como tive a oportunidade de referir, no início do começo destas linhas.

Nas páginas finais, o leitor encontrará uma descrição sobre o que são factos “factuais” e o que são factos “menos factuais”, em ambos os casos, descritos de uma forma pouco comum, usando um pouco de humor, na tentativa honesta que, a leitura destas linhas, possa ter sido um tanto ou quanto humorística – pelo menos no meu ponto de vista.

No entanto, é possível que, pela forma como descrevo cada episódio – ao tentar “infiltrar-me” completamente dentro dos mesmos – não me dê conta de alguns excessos de pormenores ou, quiçá, descuidar-me noutros. E, se isso acontecer, juntamente com as minhas desculpas, agradeço que compreendam, por esse lapso.

Espero e faço votos, para que, qualquer possível falha, possa ser visualizada e compreendida de modo a ter sido possível que, a leitura deste livro lhe tenha proporcionado uns momentos agradáveis e animados porque, na realidade, essa foi e é, exactamente, a minha intenção.
Não se esqueça que, “RIR, DÀ SAÚDE”!
Espero que tenham gostado e, neste momento, convido-os para lerem “o tal poema” que refiro antes, dedicado a uma tal garota lá da minha aldeia chamada Alcaide.
Quer dizer!
Chamada Alcaide… a minha aldeia e não a tal garota… cujo nome, por uma questão de privacidade, é melhor ficar em suspenso, embora saiba que, com isso, poderei vir a criar uma “arrelia” á minha mulher que, por uma força, quer saber. Só que eu, por uma questão de princípio e, por teimoso como que sou, não digo, até para evitar que o marido dela – da tal garota, hoje já mulher adulta – venha a saber e, quem sabe se não me daria uma “sacholada” bem dada na cabeça, á moda de computadora moderna.
Ráááááááápida e precisa!
E, para que conste, para evitar ciúmes dos dois lados da “fronteira dos amores”, o certo é que, no sentido intimo, nunca toquei na “garota” em questão. Espero e desejo que, se algum dia o nome dela vier “á tona da água” possamos encarar este episódio do passado, como pessoas civilizadas e fazer um brinde juntos, á saúde das duas famílias, das quais – ela e eu – fazemos parte. Desejo-lhe muita saúde na companhia do marido e dos filhos – se os tiver – e, quem sabe se, netinhos também. Que todos vivam felizes e por muitos e longos anos, tal como desejo para mim, na companhia de minha mulher, minha filha e meus netinhos.
Por último, e a título de cortesia às possíveis leitoras, permitam-me referir que, embora o poema em questão fosse escrito “a pensar na tal garota” da minha aldeia, o certo é que, o mesmo poderia e pode muito bem ser dedicado a muitas outras lindas garotas que “florearam e florescem”, cresceram e crescem, lá na minha aldeia. Desta forma, acrescento a dedicação do mesmo, a todas as mulheres do Alcaide, bem como a todas as mulheres em
AMOR INCONFESSADO
(Por: Mário Tito)
I
Quando via aquela garota
Marota
De olhar traquina
Que me cegava, por tão rabina
Seu olhar…quase me chamava”
De pele trigueira e morena
De tamanho, era pequena
Mas, grande brilho nos olhos
Profundos e negros
Como a cor de seus cabelos
Voando no ar, ao vento
Todo o tempo
Enquanto-que, meu coração
Saltitando, sofrendo
Batendo
Apressadamente
Fervente
Para, meus olhos regalar
Tentando, avidamente
Sempre...
Para, com “ela” me encontrar!
II
Mas, chegado o momento
Estivesse, como estivesse…o tempo
Falho de ideias e de palavras
Quando tentava eu falar
Ao, com ela me cruzar
Com minha face ardente
Muito quente
De repente
Sem saber bem o Porquê…
Deixando-me assim.
A “sua mercê”
Ela, desviando-se
Sorrindo, sorrateira
E de que maneira
Esguia
Como uma enguia
Furtiva, mas muito bela!
De que beleza era a dela (?)
Fugindo do meu alcance
Pondo duvidas, assim
Ao meu “solo” romance
Que eu sonhava em fantasia
Vinte e quatro horas, talvez, por dia
Nela, sempre a pensar
Que sim
Que era ELA
Aquela
Com quem, eu, queria casar!
III
Fosse ela o que fosse, mas que fosse Ela!
Porque, se só fosse uma miragem
Eu, não iria ter coragem
De Poder vir a perdê-la
Quão importante era vê-la
A Ela, morena
Pequena
Alegre como a alegria
Galante
E, muito Radiante!
Quase como a luz do Sol
Aquela que eu queria
Noite e dia
Que fosse minha eterna amante
Aquela que eu precisava de ter
Que
Tal, como a luz do Sol,
Cega
Mas precisa-se dela.
Para se viver!
IV
Que fosse ela
Aquela
De caminhar airoso
Com “bamboleio” jocoso
Diria até, um tanto ou quanto vaidoso
Talvez, por saber, que bela era
E, que, “outros” como eu
Estavam à espera
Do “SEU sim”, vir receber
E, eu, assim sem saber
Sonhando, mesmo acordado
Por um amor inconfessado
Parti p’rá vida, p’ra qualquer lado
Outras paragens, outro destino
Deixando a “terra-berço de menino”
Perdendo-a a ELA e, outras coisas mais
Para jamais
Voltar a vê-la nos arraiais
Daqueles que, como tantos tais
De festas da terra, quando pequenino!
V
E, quer de noite quer de dia
Desde então, nunca a esqueci!
Mas, como nunca mais a vi
Jà com o destino traçado
Virei-me pra outro lado
Encontrei outra companheira
Que amo, á minha maneira
Á qual, sempre quis e quererei
Mas que, sem saber o que fazer
Não querendo “fazê-la” sofrer
Dela, sempre escondi
O amor que, pela outra, um dia senti!
*
Feliz será o que ama.
Felizardo será o que é amado!
***
A terminar, não havendo nada mais de realce a realçar, resta acrescentar que eu até talvez pudesse vir a ser um filósofo, se eu tivesse nascido numa família mas abastada mas, como folosóficamente disse… “não sei que filósofo que, ao contrário do sábio, não sabendo que sabia, aventurou-se a dizer o que pensava saber e, sem saber o que dizia, acabou por ficar a saber que, aquilo que dizia sem saber, era aquilo que sabia". Daí que, quando eu digo o que digo, é porque...o que digo é o que sei. Por fim, após 1275 dias, cheguei ao fim. Aleluia! Espero que se tenham divertido.
Muito obrigado, por me terem aturado e, até ao próximo!
***

Notas de rodapé, nas páginas do livro:
41) -  Sim, já sei que ainda não tenho idade mas, a ideia, é para o guardar para quando a tivesse. 42) -  Foi bom o autor ter chegado, para corrigir este ponto porque se eu não emendasse, ele ainda me dava algum "açoite"!

43) - Segundo versão “mitológica”, os médicos cubanos quando têm dúvidas sobre a cura de algo numa perna ou num braço, optam pela amputação, para resolverem (?) o assunto de uma vez por todas sem ofensa.

44) - Lá nisso e noutras coisas, o autor era muito “asseadinho”.

45) - O feno bravo não é um insecto, como a mosca e a abelha.
46) - O termo “poder ser pobre” é enganador porque, o que eu não podia ser era rico. E, se para ser pobre, fosse preciso pagar, tão-pouco eu podia ser… tal não era a nossa pobreza.

47) - Há pessoas que acreditam em milagres. Eu não.
Fim do IX Capítulo

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