Monday, March 31, 2014

EXCERTOS DE "BISSAULONIA"


MEU PROXIMO LIVRO "BISSAULONIA"



DUAS PALAVRAS SOBRE “BISSAULONIA”.
“Bissaulonia” é o título escolhido para este livro onde, entre outras coisas, procuro fazer uma pequena homenagem a todo o simpático povo da Guiné Bissau, terra onde vivi cerca de 14 anos e ½ e onde, apesar de vários "dissabores" e dificuldades de toda a ordem, passei os dias mais felizes da minha vida. De facto, e apesar de viver nos Estados Unidos há cerca de 33 anos, á data de Abril de 2014, ainda está para chegar o 1º dia em que, aqui nos EUA - socialmente falando - possa ser considerado mais bem passado que qualquer dos dias que passei na Guiné, antes ou depois da independência, mesmo no período de guerra, “graças” - diria eu – á simpatia do  povo da Guiné e á “magia” ambiental que a própria terra nos oferece, o qual, tanto o povo como a terra, não posso de deixar de recordar, com muito carinho e profunda saudade.

Uma terra onde “um não sei quê de mítico”, parece apoderar-se das nossas almas, sem nos darmos conta, deixando-nos como que “enfeitiçados” pelo carisma e amizade espontânea de que somos alvo, mesmo que sejamos desconhecidos. Uma terra onde, “ter dinheiro será por certo sempre agradável mas, ter amizade é muito melhor ainda. Uma terra onde, quando se oferece algo a alguém, se recebe em troca muito mais, na forma de amizade. Uma terra onde, se um carro avaria no meio da floresta, logo aparecem “mãos magicas” e esforçadas, vindas não se sabe de onde, para ajudar. Uma terra onde, o “ser humano está mais perto de si mesmo, sendo, por isso, mais humano. Uma terra onde, a miséria é riqueza! Outro tipo de riqueza mas que, nem por isso deixa de ser riqueza. A riqueza da amizade; a riqueza da compreensão; a riqueza da entreajuda; a riqueza imaterialista e inocente; a riqueza dos seres humanos; no fundo, a riqueza dos pobres que, em conjunto com a abundancia do Sol de Inverno e as chuvas de Verão, formam um complemento de uma riqueza natural, á esperta do despertar “milagroso do progresso”, na esperança de melhores dias, para o bem-estar de todo o povo guineense que, aqui nestas linhas, carinhosamente “rebaptizo” como povo “Bissauloniano”, juntando muitos votos de p.p.p. a todos!

Paz! Progresso! Persistência!

Mário Tito.

DECLARAÇÃO
Aqui, nestas linhas, não procuro justificar actos de ninguém. Nem os meus nem os dos outros. Tão-pouco procuro acusar quem quer que seja. Somente procuro relatar factos e episódios reais. Não procuro ser perfeito e exacto, embora procurando ser o mais concreto e objectivo possível, nos tópicos em questão. Não procuro corrigir o passado, nem tentar mudar o futuro. Procuro opinar livremente com a verdade, tal e qual como é vista por mim, numa tentativa de poder preservar a “amizade e a compreensão”, entre os povos envolvidos.
No entanto, reeconheço que, o uso de algumas frases aparentemente menos elogiosas, poderão parecer ser “ofensivas” para alguns dos leitores, embora não seja essa a minha intenção. No entanto, se tal suceder, chamo a atenção dos leitores para o facto que, tais “frases” só se encaixarão  a alguns dos “objectivados” se, as suas atitudes e acções destes tidas ou feitas na ocasião, se enquadrarem na descrição das mesmas frases. Repito que… esta não é a minha intenção porque, se houver algo ou alguém a condenar, que sejam os outros fazê-lo e não eu.
 
O meu “turno” acabou num longínquo dia de agosto de 1981, a bordo do avião da TAP, acabado de levantar voo de Bissau, quando da minha última saída da terra que considerava - e considero ainda - a minha segunda Pátria e que, com uma sensação estranha invadindo todo o meu ser, algumas lagrimas furtivas nos olhos, junto com um nó na garganta e um aperto no peito, tentava ser forte, numa tentativa de esconder as saudades que já se faziam presentes, mesmo que tivesse apenas uns escassos minutos apos a partida para sempre.
 
Quisera que assim nao tivesse sido, ams foi!
Saudades da terra onde fui feliz. Saudades da terra onde, a esperança, um dia foi minha companheira de decisões menos certas, mas que, na ocasião, por acreditar nas novas autoridades, foram tomadas. Saudades da terra onde nasceu a minha querida e única filha. No fundo, saudades da amizade e simpatia de que fui alvo por parte da maioria do povo da Guiné, com o qual convivi e que, com o tempo se foram acumulando, deixando aos destinos da vida, a circunstancia de nunca mais lá ter regressado.
Assim é, porque assim foi!

No entanto, e continuando a tentar justificar qualquer possível interpretação sobres as referidas “frases”, permito-me dizer que, tratando-se de desabafar e relatar certos episódios – e em nome da verdade – espero a compreensão da maioria dos leitores que,  dizendo a verdade, sou forçado a referir que, a ingratidão; a arrogância; a prepotência e o abuso, prática de alguns elementos empoleirados no poder na ocasião dos acontecimentos descritos - se bem que não deva ser “mapiado” como a norma existente num país ou num povo - não poderei de modo algum deixar de recriminar os autores de tais atitudes para comigo, considerando a forma como eu tinha lidado com as populações locais, até ali.
 
Neste ponto, considero que, os autores de tais actos, pela sua total falta de preparação para decifrarem “o bom do mau”, e pela “fraqueza da sua razão”, faziam-se fortes através da sua arrogância. Sempre assim foi e, lamentavelmente, tudo indica que sempre assim será, nos quatro quadrantes do mundo. Por ser verdade, assim o declaro, mantendo a minha intenção inicial em prol da amizade e compreensão, ilibando os inocentes que, felizmente, foram e são a maioria.

Com isto, convido os leitores a lerem estas linhas com uma mentalidade “aberta e sóbria”, livre de qualquer preconceito racial.
 

Sinceramente,

Mário Tito.
OBJECTIVO

A intenção destas linhas, tem como objectivo principal, satisfazer um pedido de vários ex-camaradas de armas, os quais, na sua grande maioria, prestaram serviço militar, na então chamada Guiné Portuguesa, hoje um novo país, conhecido como Guiné Bissau.
Uma das razões, assenta no facto que, enquanto muitos destes meus camaradas fizeram uma comissão de serviço (1) que, normalmente, rondaria os 24 meses, sabe-se lá em que local do teatro de guerra, quantas vezes em risco constante da própria vida, eu, considerando-me um “sortudo”, que nem uma pistola tive distribuída, acabei por ficar na Guiné, após cumprida a minha comissão de 19 meses e 10 dias bem contados, com “risquinhos” mensais e tudo, no cinto – cópia fiel do uso e costumes de outros camaradas de armas – ao serviço da Força Aérea Portuguesa, inicialmente destacado na messe de sargentos e, posteriormente, na messe de oficias, no coração da cidade de Bissau.
Entretanto, á medida que o tempo ia passando, eu fui adquirindo uma certa simpatia pelos guineenses, devido ao carinho que os mesmos demonstravam ter para comigo, tanto na messe de sargentos, por onde tinha passado no 1º mês, logo após a minha chegada á Guiné, como na de oficiais, onde me encontrava na ocasião de passar á disponibilidade, ao ponto de, já na recta final da minha comissão, insistirem para que eu não regressasse á “Metrópole” - tal como era denominado na ocasião, o nosso querido Portugal.
Portanto, perante esta “onda de carinho” e, perante uma boa oportunidade de emprego que, entretanto, tinha surgido num novo local, previsto a abrir nos dias próximos á minha passagem “á disponibilidade”, (a cervejaria-restaurante Sol-mar) decidi mesmo não regressar a Portugal, mesmo que fosse na intenção de ser somente temporariamente, por um par de meses, enquanto endireitava as minhas finanças que, cá para nós, andavam pelas “ruas da amargura” e, até, com alguns “calotes” ás costas.
Entretanto, “o par de meses”, e intenção temporária, acabou por se transformar em cerca de catorze anos e meio, proporcionando-me a oportunidade de ser “testemunha” voluntária (2) do desenrolar de vários acontecimentos, nunca ao alcance destes meus camaradas.
No entanto, apesar de ter havido “episódios” espalhados por toda a Guiné, obviamente, só me é possível referir, aos episódios “centralizados” na área de Bissau e vizinhanças limítrofes, tendo em consideração que, era aí que eu me encontrava, “abrangendo” parte do período de guerra, desde a minha chegada a 17 de Maio de 1967, até ao dia da independência da Guiné, oportunidade que só os presentes na ocasião, puderam testemunhar – uns num local e outros noutro. Uns de uma forma e outros doutra. Eu, como já disse, estava em Bissau.

Portanto, no que me diz respeito, além do período pré independência que refiro, tive a oportunidade de assistir – para bem ou para o mal – a toda uma mudança da conjuntura social e política que passou a vigorar na Guiné, após a independência e durante cerca de 7 anos depois. De facto, só saí definitivamente da Guiné, em Agosto de 1981. Como tal, desde Setembro de 1974 a Agosto de 1981, são quase 7 anos, como já disse. Seis anos e 11 meses, mais precisamente.
Deste modo, perante esta certeza e estes factos, creio ser mais que lógico a existência de uma certa “curiosidade” por parte destes meus camaradas, em quererem saber como “foi aquilo” depois da partida deles ou, mais englobante, como “foi aquilo”, depois da independência.

É pois, com grande prazer pessoal, que tenho a honra de tentar satisfazer esta curiosidade, relatando o que quer que seja que haja a relatar, o mais realisticamente possível e o melhor que a minha memória me permite, pedindo desculpa a todos, se acaso não consigo satisfazer cabalmente a totalidade das vossas expectativas. Aqui, nestas linhas, só digo o que sei e o que penso estar correcto, mesmo debaixo de alguma imperfeição humana.
Deste modo, com um fraternal abraço a todos os ex-camaradas viventes e, aos que já partiram para “o jardim dos justos”, que a terra lhes seja leve e o sorriso das flores os embale e ilumine, no seu “sono eterno”.

Para a vida e para a morte, sou o sempre vosso fiel camarada, Mário Serra Oliveira - 1º Cabo amanuense nº 262/66 – ZACVG.

   Mário Tito

RECONHECIMENTO
Seguidamente, e por respeito para com o meu semelhante, independentemente de pontos de vista políticos e acções do passado, sinto-me com o dever cívico, de prestar uma homenagem de reconhecimento, a alguns elementos do PAIGC que, após a independência da Guiné, fizeram parte do Governo, ou que ocuparam outras posições de liderança naquela ocasião, com os quais tive a oportunidade e o privilégio de conviver – e até servir - atendendo á minha actividade de  comerciante no ramo da restauração, os quais, na sua maioria, de uma forma ou de outra, foram muito atenciosos para comigo (3).

                                      Nem todos, mas uma boa maioria.

Procurarei também, separar o “trigo do joio” entre estes últimos homenageados e outros protagonistas ligados ao PAIGC porque, efectivamente, como já disse, nem todos aqueles com quem convivi – independentemente do cargo que acaso ocupassem na ocasião – usaram a mesma cortesia, o mesmo respeito e a mesma justeza, na suas lides diárias ou ocasionais para com a minha pessoa.
De facto, por parte de alguns destes, aos quais farei referência dos seus actos e atitudes noutra secção destas linhas, se acaso houve algum excesso ou empenho, foi de “abuso e prepotência”, numa tentativa de dificultarem o mais possível a minha vida, bem como a da minha família. O porquê, só eles o saberiam ou, como sempre desconfiei, só eles teriam em mente um determinado objectivo - político ou não - aberrantemente paupérrimo que, quanto a mim seria…que eu desistisse de “remar contra a maré”, e entregasse os meus negócios – gratuitamente – ao estado (4). Este era o objectivo.

Só que se esqueceram de ter em conta o “material” de que é feito a minha caixa encefálica, geneticamente herdada da “forma de ser” da minha querida mãe, de uma índole indomável, perante a razão e em face da prepotência mas, ao mesmo tempo, capaz de tirar a camisa do corpo para dar ao seu semelhante, se este necessitar e a merecer. De facto, conversando a bem, até talvez fosse possível os objectivos deles serem realizados mas, a mal, nunca. Só morto! 

No entanto, nesta secção, tratando-se de um espaço dedicado a uma homenagem, permitam-me seguir adiante, concentrando-me em alguns dos nomes que considero merecedores de reverência, a quem, com toda a minha sinceridade, presto uma póstuma homenagem aos já falecidos e, aos ainda vivos – se os houver, depois de tantas escaramuças políticas naquela pobre Guiné Bissau – apresento os meus mais profundos e sinceros agradecimentos.
Deste modo, cada qual pelo seu motivo mas, todos pela sua atenção, boas palavras e cortesia, aqui ficam os nomes e cargos que ocupavam na ocasião, de todos os que a minha memória permite recordar com agrado e profundo reconhecimento, pedindo desculpa por se acaso a memória me atraiçoa, esquecendo-me de mencionar algum outro nome.

Temos: - Laurentino Lima Gomes, comissário das obras públicas; Francisco Mendes, também conhecido como “Chico Tê”, 1º ministro, mais tarde assassinado; Armando Ramos, comissário do comércio; José Pereira, comissário da segurança social; Juvêncio Gomes, presidente da camara municipal de Bissau; Victor Saúde Maria, comissário dos negócios estrangeiros; Manuel Saturnino, cuja posição não recordo; Marcelino Lima, director dos armazéns do povo; um tal senhor ou camarada – como lhe queiram chamar - Embaló, cujo nome completo não recordo, director da Dicol (antiga Sacor); José Carlos Schwartz, cuja posição que ocupava desconheço mas que, a título pessoal, era membro do conjunto musical Cobiana Djazz, autor e poeta, falecido num trágico (5) acidente de aviação em Cuba; Carlos Gomes Júnior, (Cadogo), na ocasião, um cliente assíduo igual a tantos outros e que, entretanto, muitos anos depois, foi 1º ministro da Guiné, e outros que, de um modo geral, foram muito corteses para comigo e minha família.
Aos já falecidos, que a terra lhes seja leve. E, aos ainda viventes, aqui fica mais uma vez, o meu sincero e honesto agradecimento por tudo quanto fizeram e disseram, para aliviar as incertezas que “pairavam” no ar a cada instante.

Os nomes daqueles que foram uma espécie de “carrascos” para comigo, não têm lugar aqui nesta secção, em respeito aos acima homenageados, numa tentativa de não misturar “o bom com o mau”, separando com isso, o “trigo do joio”, conforme prometi anteriormente. No entanto, cada qual a seu tempo, será alvo de referência, quando chegar o momento de relatar os episódios em que tristemente estiveram envolvidos contra mim.
Ao mesmo tempo, antes de dar início aos capítulos que irão fazer parte do “corpo principal” deste livro, não poderia deixar de fazer também, uma singela homenagem, a todos os milhares dos meus camaradas ex-combatentes das Forças Armadas de Portugal, que prestaram serviço no chamado “ultramar português” durante as guerras de libertação das ex-colónias, tendo em especial consideração, os milhares de camaradas que, no conjunto geral, uns numa ocasião e outros noutra, passaram pela então chamada Guiné Portuguesa, numa comissão de serviço que, normalmente, rondaria os 24 meses como já disse, a quem estas linhas são dedicadas.

Até lá, aqui fica esta singela homenagem aos que, por bem serviram e, em 1º lugar mais uma vez, todos os meus camaradas de armas e, por bem fazerem, aos acima referenciados. TODOS ELES, por direito e consideração, dignos ILUSTRES desta homenagem.

Sinceramente.

Mário Tito

NOTA DO AUTOR
Aqui, permitam-me referir que, através do progresso da leitura destas linhas, os leitores irão notar que, certos episódios aqui relatados, são descritos numa linguagem sem rodeios e sem preconceito algum, considerando que, ao pretender ser eu mesmo, não hesitarei um segundo em chamar os protagonistas de certos acontecimentos e episódios onde estive envolvido, pelo nome que considero apropriado, reflectivo do meu estado de espírito na ocasião, sem que, com isso, a qualquer referência pessoal a estes indivíduos, seja considerada extensiva a mais alguém, além dos “atingidos” ou referenciados. De modo algum, é minha intenção ofender quem quer que seja, generalizando qualquer “palavra” mais descritiva da minha opinião para com os indivíduos em causa.

Quem mal não me fez,
mal não deve esperar de mim.

Aqui, tudo o que eu disser, é o fruto da emoção da ocasião, perante a incerteza reinante, pela raiva contida dentro de mim, devido á autocrática atitude de alguns dos elementos envolvidos, numa demonstração de ingratidão total para com quem confiou cegamente que, valeria a pena arriscar e ficar por ali, no meio do povo da Guiné, o qual sempre respeitei e respeito profundamente, na esperança que poderia servir de um exemplo de boa convivência, onde os meus serviços fossem úteis e apreciados, esperando como reconhecimento, o respeito e a amizade, nada mais.
Infelizmente, a esperança despertada em mim, quando fiz a decisão que fiz, em ficar por ali, foi atraiçoada, deitada por “água-abaixo”, não por “obra e graça” do povo da Guiné, mas sim por “obra, abuso e prepotência total” de meia dúzia de “energúmenos mal paridos”.  

Como já disse, não procuro “ofender” ninguém, nem tão-pouco, agradar a ninguém. Não tenho “feitio” para fingir, a não ser em casos de extrema gravidade onde, por exemplo, “ao dizer-se a verdade” se possa causar danos ou emoções pessoais irreparáveis. Aqui, nestas linhas, não será esse o caso e, como tal, limitando-me a ser “eu mesmo”, como já disse, não hesitarei um “iota”, em tentar “pegar o touro pelos cornos”.
O touro, aqui, poderá ser considerado a situação de alguns “seres humanos” que, pela sua origem genética, possam ser - ou parecer ser - alvo de possíveis referências menos “elogiosas” da minha parte, devido às circunstâncias da vida, que os colocou na “linha de fogo” dessas possíveis referências, quantas e quantas vezes sem culpa própria de si mesmo. De facto, a existir alguma culpa em relação a alguns desses “indivíduos”, nada terá a ver com a sua “genética ou a sua origem” mas, sim e somente, pela atitude “desses alguns”, através da sua intervenção em episódios vários que, pela sua complexidade, não adianta mencionar aqui, nesta secção.

O que quero dizer com isto, é o facto que, por exemplo, enquanto há pessoas que se “encolhem” em não fazer referências ao aspecto “racial ou étnico”, de uma determinada forma, para não “levantarem pó”, devido á sensitividade relacionada com este aspecto “sociológico” – normal, diria eu – como, por exemplo, “terem acanhamento em “referir-se directamente” que… “preto é preto”, “branco é branco” e, “mestiço é mestiço”, sendo que, na realidade, não deveriam ter preconceito algum nesse aspecto, sempre e quando o respeito seja frontal e norma no trato entre os mesmos… porque, efectivamente, não deixam de ser todos seres humanos, em igualdade de circunstâncias. Havendo respeito de trato, a cor da pele de uns ou de outros, passará para segundo plano ou deixará mesmo de existir por completo, sendo um tema sem significado entre seres humanos que se respeitam. 
Quem faz o caracter do ser humano não é, por certo, a “cor da pele do preto, do branco ou do mestiço” mas, sim, a forma de ser de cada quem, bem como o relacionamento de cada um dos “portadores da cor da pele em questão”, em relação aos outros seres humanos, seja nas lides do dia-a-dia, ou seja pelas suas decisões quando em posição de as tomar, em relação aos “portadores” de uma tese de pele – ou nacionalidade - diferente da sua.

Por isso, qualquer referência, aparentemente “negativa”, que acaso eu venha a fazer aqui, nalgum lado nestas linhas, nada tem a ver com o facto da “pessoa-alvo” dessa referência, seja “preta, branca ou mestiça”. Se refiro “este aspecto” é somente para ir de encontro “á verdade” sobre, “quem, como e porquê”, fez ou deixou de fazer, fosse o que fosse em relação á minha pessoa. As minhas referências, tipo “queixas ou desabafos”, são dirigidas ao ser humano e não “à pigmentação da pele” de quem quer que seja. Qualquer referência á cor da pele, e só isso mesmo. Referência e não acusação.

Que fique bem claro, na mente de todos os leitores.

Depois, há ainda aquelas circunstâncias que leva determinadas pessoas a pensarem que podem “pensar pelos outros” (6), quando, na verdade, é muito possível que, as pessoas sobre quem “estas” pessoas pensam da forma como pensam, poderem vir a pensar totalmente diferente, pensando por si sós…livremente e sem a interferência de estranhos. Confuso? Talvez…mas a culpa não é minha. Pensassem todas as pessoas “razoavelmente” e sem preconceitos, talvez eu não tivesse que fazer este esclarecimento tão pormenorizado.
Com isto, a referência feita mais adiante a pessoas “mestiças” originárias de Cabo Verde, não significa qualquer animosidade para com os “cabo-verdianos” em si mesmo mas, sim e somente, serve para ilustrar um problema existente, amplamente do conhecimento publico, no que concerne ao relacionamento entre “guineenses e cabo-verdianos” na ex. Guiné Portuguesa, agora Guiné Bissau. Mais adiante, os leitores irão ter a oportunidade de se dar conta do que aqui tento explicar.

Mas, levantando um pouco “o véu” sobre o tema, referir-me-ei apenas aquela espécie de “romanticismo” existente ainda nos dias de hoje - de uma forma exagerada quanto a mim - á volta de toda a figura de Amílcar Cabral, proclamado fundador (7) do PAIGC e, principal dinamizador da luta armada para libertação da Guiné e Cabo Verde.

Sim! De facto foi bastante influente
mas, de modo algum foi o único!

Como tal, dando mérito ao seu dono - porque o teve - em nome da verdade, devemos também dar “a Pedro o que é de Pedro, e a Paulo o que é de Paulo” atendendo a que, por muita influência que Amílcar Cabral possa ter tido em todo o processo da luta pela independência da Guiné, o certo foi e é que não foi o único. Factos aos factos. E não foi o único nem poderia ter sido, se considerarmos que, uma “aventura daquelas”, como lutar pela dignidade de um povo, requeria muito mais do que o envolvimento de uma só pessoa. Mas enfim… o que está dito, dito fica. Não serei eu a contradizer esse ponto. Aqui, só dou a minha opinião.  
No entanto, considerando que todos os romances “são bonitos”, o certo é que, na minha opinião, todos pecam pelo exagero na “mistificação” de alguns dos seus personagens principais. Porquê? Pois, em parte porque, nenhum destes personagens foram ou são “perfeitos seres humanos” e, como tal, poderão estar recheados de imperfeições e julgamentos menos afortunados, completamente fora da realidade (8). E, aqui, Amílcar Cabral não deveria escapar a esta regra d’ouro que, por não ser da minha autoria, deverá ser aplicável a todo o ser humano. 

Finalmente, nesta nota, permitam-me referir também que, pela minha educação (4ª classe, á idade de 11 anos e, mais tarde, já com cerca de 50 anos, a equivalência ao 12º grau, sem cursos superiores… além do “mestrado” da mundialmente afamada universidade da “pdv – creio que, se juntarmos a isso, a longa ausência da “Mãe Pátria”, os leitores não deveriam esperar de mim, que vos apresentasse aqui um texto sem erros verbais ou literários.
Mais! Atrevo-me a dizer que, até seria um erro, se erros aqui não houvesse porque, conforme diz um dos meus “slogans”...

a minha imperfeição,
é o que faz de mim, um perfeito cidadão”.

Deste modo, sendo cronologicamente o 5º filho, de um conjunto de sete, de uma das famílias mais pobres da minha aldeia – o Alcaide, situado na encosta Norte da serra da Gardunha, “capital da minha constante saudade e sombra que me acompanha 24 horas por dia” - qualquer expectativa, por parte dos leitores, de virem aqui encontrar uma linguagem “polida”, com frases compostas para “agradar á plateia” e, portanto, uma linguagem “falsa e disfarçada” das mazelas literárias do autor, sem “defeitos linguísticos”, estão redondamente enganados.
Aqui, tal como numa feira de burros… “o animal que vêem, é o animal que compram” porque, para mais não deram, e só a tanto chegaram, os meus parcos conhecimentos. Tudo o que aqui for escrito, será só e somente da minha responsabilidade, sem interferência alguma de outrem, (9) tanto para o bem como para o mal.

De um modo geral, o que aqui for escrito, reflecte o que a linha de pensamento do “meu ser” exige que escreva, saindo “directamente” das profundezas das minhas entranhas, às vezes… sentindo raiva de mim próprio, perante tanta “falta de saber” mas que, no fundo, me deixa feliz da vida, pela teimosia em insistir e “atrever-me”, a mais uma aventura literária, para a qual sinto que nasci mas que, as “fortunas da vida” não me prepararam convenientemente.

É, como tentar “remar” contra a maré,
sem marinheiro nunca ter sido.

Permitam-me recordar ainda que, o meu 1º livro, solo da minha autoria, já foi publicado pela editora do Chiado, cujo título é…. “Palavras de um defunto, antes de o ser”. É um livro misto, baseado em episódios de ficção e factos factuais, descritos de uma forma humorística. E, á data destas linhas, participei ainda, de uma forma conjunta – como co-autor – em três outros livros de poesia, publicados pelas editoras “edições e-copy” o 1º e, editora do chiado, o 2º e 3º. É tudo, nesta nota.

Mário Tito

INTRODUÇÃO

Conforme o título deste livro indica, a cidade de Bissau é a protagonista-principal, sobre a qual, o titulo deste livro foi inspirado, tendo como referencia os períodos de “antes e depois da independência”, em relação às mudanças “visualizadas” pela minha pessoa, no que concerne á composição da “textura humana” da cidade, desde a data da minha chegada a 17 de Maio de 1967, e o período pós independência – 10 de Setembro de 1974 - sem que, com isso, me venha a envolver demasiado a descrever todo o passado da mesma, nem tão-pouco descrever a origem dos vários povos que ocuparam a zona da ilha de Bissau, anteriormente á chegada dos portugueses, incluindo episódios de resistência desde o início da ocupação do território, que é hoje conhecido como Guiné Bissau.
Este aspecto, se bem que, aqui e ali, poderá ser alvo de alguma referência, não faz parte da minha intenção inicial. E, se acaso alguma referência vier a fazer, será mais para “realçar” qualquer outro ponto que queira chamar á atenção, tal como o facto que, na verdade, vários foram os povos que “povoaram a Guiné Bissau” e que, periodicamente travaram lutas entre si, incluindo a união de forças contra o último dos ocupantes - os portugueses. De facto, quase que se poderia dizer que, desde a chegada dos portugueses, sempre existiu alguma determinada forma de “resistência”.
O título, é ainda inspirado na “base” das drásticas mudanças feitas pelas autoridades locais pós independência, com decretos e leis desconhecidas de todos - excepto os que as decretaram, até serem implementadas de um modo “punitivo”, sem qualquer condescendência pelo desconhecimento de tais leis, com um impacto tremendo no dia-a-dia da vida quotidiana e financeira de cada quem, logo após a independência, em detrimento do modo de vida local, bem como nas perspectivas de se poder exercer uma actividade comercial livre e promissora, que incutisse esperança no futuro.
Contudo, e dando seguimento, a ideia deste livro tem por base a descrição de Bissau, perante a minha própria percepção ou óptica visual de modesto observador, adquirida logo aquando da minha chegada á Guiné, em comparação com a radical transformação notada, após a independência. Mas, francamente, reconheço que até poderei cometer algum erro de análise na minha “observância”, quando comparada com o título que escolhi para este livro, pelo que, se assim for, mais uma vez junto a “referência feita antes” na nota de autor, onde tento alertar para qualquer imperfeição literária, considerando a minha pobre preparação nestes “meandros” de escrever para o público. 
Entretanto, como irão notar, eu irei recorrer por mais que uma vez, a frases de chamada de atenção para determinadas datas, tal como dizer… “estamos na data tal e tal, do ano tal”, devido a que, o desenrolar da descrição de certos episódios, se entrecruza com outros de mais prioridade ou necessitados de uma explicação mais pormenorizada. E, quando assim acontece, é possível que o episodio deixado para trás, não seja terminado no mesmo capítulo onde teve início.

Faço esta mudança, na intenção de não “enredar o leitor” na leitura de “dois temas” ao mesmo tempo, correndo o risco de ficar perdido no meio da leitura do que quer que seja e, com isso, não se encaixar bem nos episódios em discussão. Sinceramente, penso que com o uso de “chamada de atenção” para determinadas datas, dou oportunidade ao leitor de “refrescar” a memória, transportando-o ao tempo do episódio já começado.

Aqui, eu equiparo este “dilema” com aquela situação do “homem, com um lobo, uma ovelha e uma couve” pertenças do homem, que, forçosamente tinha que atravessar o rio de uma margem para a outra, numa canoa onde, á vez, só poderia ir ele e uma das suas pertenças. “Ou homem e o lobo; ou homem e a couve; ou, homem e a ovelha”. Não sei se o leitor está a “ver” bem – mesmo que através destas linhas – o dilema do homem! Se atravessasse ele e o lobo, a ovelha poderia comer a couve. Se atravessasse ele e a couve, o lobo poderia comer a ovelha. Mas, se atravessasse ele e a ovelha, não se acredita que o lobo viesse a comer a couve.

Assim parece ser, se assim fosse. Mas não é! Ou se é, não acaba ali o dilema do homem. Portanto a solução foi…

…experimente o leitor e, quando – simbolicamente falando – “atravessar” pela primeira vez junto com a ovelha, regresse para levar a couve ou o lobo consigo, regressando novamente para atravessar com o último dos seus haveres.

Se reparar bem, ao regressar a primeira vez, depois de ter levado a ovelha consigo, esta fica sozinha mas, ao regressar a segunda vez, depois de levar a couve ou o lobo, tanto a ovelha pode comer a couve como o lobo pode comer a ovelha, ao regressar a terceira vez! É certo ou não é certo? Portanto, a solução não é assim tão fácil. É possível, mas não é fácil.

Um dilema similar ao do homem, tenho eu em certas passagens do livro quando me encontro numa encruzilhada de temas entrelaçados uns nos outros, obrigando-me a deixar algum a meio, na tentativa de realçar algum ponto que se sobreponha ao tema em discussão. Espero que compreendam o quero dizer e onde quero chegar.
Deste modo, tentando dar uma “luzinha do que acaso fique pendente” quando voltar ao mesmo tema, faço referência á data do episódio, de modo o leitor “apanhar o fio da meada” e ser transportado ao tempo, do tema em questão, como já disse antes.
Por exemplo: É possível que refira por mais que uma vez, que… “estamos a 10 de Setembro de 1974” - data da independência da Guiné e nascimento da Bissaulónia” ou “estamos a 21 de Março, de 1975 - um dos anos mais difíceis da minha estadia na Guiné e, diria mesmo na minha vida - data em que, tropas do PAIGC prenderam 4 empregados meus, em frente do meu nariz (10), aos quais eu tinha dado trabalho após terem sido desmobilizados, depois de forçados a entregar as armas, com as quais, tinham lutado lado-a-lado das nossas tropas, servindo a nossa bandeira (11).
  
Finalmente, creio que como introdução descritiva de alguns pontos que considerei necessário fazer, já foi dito o suficiente e, como tal, termino, convicto que os leitores irão gostar imenso de ler este livro, fazendo votos sinceros de uma agradável leitura, começando pelo 1º capítulo, intitulado “Os primeiros passos de Bissaulonia”. Que tenham uma boa leitura, são os meus votos.

Mário Tito


Friday, March 22, 2013

ESCLARECIMENTO SOBRE TÍTULO E IMAGEM DO MEU 1º LIVRO


 
Prezados leitores:
Antecipando uma “reacção” interrogativa dos leitores, perante a observação da “capa do meu 1º livros, creio ser minha obrigação adiantar-me aos acontecimentos, com uma explicação sobre “O PORQUÊ” de ter escolhido uma capa com tal “imagem” – aparen-
temente invocando “a morte” de alguém – acompanhada do estranho título “PALAVRAS DE UM DEFUNTO, ANTES DE O SER”.
Acreditem os leitores que estou absolutamente de acordo com todos mas, perante as circunstâncias, se lerem bem, “o dito defunto” ainda está vivo! As insinuadas palavras “dele – do defunto – foram proferidas antes de ser…”defunto”.
E, como prova disso, está o facto que estas linhas estão a ser escrita pelo "personagem" que deu nome ao título - o autor do livro - significando que, o dito defunto ainda não o é!
Mas, dando a mão á palmatória, eu até poderia ter escolhido outro nome, tal como – por exemplo – “As minhas experiências de cerca de 15 anos em África”. Agora, imaginem os leitores quantos portugueses não estiveram em África… e quantos desses mesmos portugueses não terão tido “experiências” muito mais ricas que a minha com episódios – bons ou maus, não importa – muito mais interessantes que os que eu acaso possa ter tido – e tive.
Aqui, apesar de ser minha intenção escrever algo mais “directo sobre a minha experiência em África”, num já iniciado livro intitulado “BISSAULÓNIA”,  tratando-se do meu 1º livro, decidi “violar” as tradicionais formas sobre “dar títulos” a livros, bem como a tradicional “forma de escrever", começando por apresentar um “título” intrigante, suspeito, de aspecto “fúnebre e tenebroso” que, no fundo…é contrariado em vários episódios relatados de uma forma pouco comum, numa mistura de humor e picardia, a par de alguma “inocência literária” próprio de quem nasceu do “nada” filho de uma das famílias mais pobres da minha – O Alcaide – situada na encosta Norte da serra da Gardunha.  
É pois, nesta tentativa de “esclarecer” os leitores que me permito continuar, referindo que o título do livro nada tem a ver com “MORTE”! Mas, mesmo que tivesse, não vejo porque é que não se pode falar ou lidar com “ela” enquanto se está vivo! Depois de morrermos... que graça é que tem a gente tentar “lidar com ela” se ela própria também já não “quer nada connosco”?. Ela quando se convida a si própria para nos visitar, só o faz uma vez! Nunca falha. Uma vez e pronto. Raios  partam!
Será que a tratamos assim tão mal que não “aceita” repetir a façanha duas vezes com a mesma pessoa?
Portanto, esta a minha perspectiva de encarar as cosias da vida e tudo o que dela façam parte, incluindo a malvada da “morte”, queiramos ou não, é parte integral do “ciclo da vida”, porque, efectivamente, só morre quem está vivo”!
 
A não ser - figurativamente falando - aqueles que vivem “como mortos” ou… “meios mortos” de espírito. O facto é que, queiramos ou não…todos nós, grandes e pequenos, ricos e pobres, “brancos e morenos”… Nascemos, para viver! Vivemos, para morrer e morremos para isso mesmo!
 
Está morto…não “pia”!
Nem “xúz…nem búz”!
Finou-se…não chateia mais!
Quanto a mim, no que me foi e é ainda dado observar no decorrer dos anos, perante as mais caricatas situações, nos mais variados e difíceis momentos da minha vida e, e acredite o leitor que não foram poucos, alguns com ameaça de morte – daí, o título do meu 1º livro,palavras de um defunto, antes de o ser”-  cheguei á conclusão que, a melhor forma de enfrentar qualquer situação por mais difícil que possa ser, é adoptar uma atitude positiva, sem medo, enfrentado “o touro de frente” pegando-lhe pelos cornos!
E, francamente falando, estou convencido que, se assim fizessemos todos, poderiamos vir a constatar que se poderá tornar muito mais fácil, mesmo perante a “fatal partida”.
Como exemplo…”imaginem os leitores que, um cão grande de 4 patas, não de 2 – corre na vossa direcção, ladrando ameaçadoramente…na aparente iminência de um ataque!” – Solução? Fugir?
Erro…porque, entre outros factores, o cão corre mais que o ser humano e, como tal, será um convite a um ataque mais que certo. Por outro lado, se cada um de nós - numa situação similar - mostrar coragem e reagir aos latidos do cão, com gestos e voz autoritária, numa aparente atitude de ataque ao próprio cão, quase que lhes posso garantir que o animal “pensará” (?) duas vezes e, em vez de atacar, poderá vir a recuar, num instinto de defesa, em face do perigo inesperado e iminente.    
Voltando atrás, conforme ia dizendo, pelo que tenho observado, muitas pessoas preocupam-se com coisas que não têm solução, quando deveriam dedicar toda a sua energia em resolver as situações que realmente têm solução. Quanto a mim, será pura perca de tempo tentar “arranjar” o que não tem arranjo, emendar o que não tem emenda, além de ser um desgaste “físico-mental”, prejudicial á própria saúde, ao tentar remediar o irremediável. E, obviamente, no conjunto de algumas destas situações irremediáveis, sem solução, encontra-se a “mestra de todos”!
A “PUTA DA MORTE!”!
Deste modo, perante esta irrefutável realidade, não há nada melhor a fazer do que, tentar estar preparado para a “abraçar” quando ela bater á porta!
Aqui, tanto o atingido como a atingida e respectivos familiares, - mulher, marido, filhos e filhas e demais parentescos – se estiverem preparados… irão notar que, por muito difícil que possa aparentar ser, tudo se vai tornar mais fácil.
E porque é que havia – ou há-de – ser de outra forma? Acaso é algo que não se esteja á espera? Não é certo que, quando faz a sua declaração de impostos (aqui nos EUA) na maioria dos casos fica á espera do esperado “refundo”? Não é certo que, mais dia mesmo dia, se espera receber uma carta do IRS com um cheque?
Obviamente, quando finalmente o mesmo cheque chega, não se estranha porque era esperado. O que se poderá vir a estranhar é se acaso vem com os números trocados “contra nós” porque, se vier com mais do que era esperado…é só alegria.
Portanto, tal como não se estranhará a chegada do “esperado cheque” – era esperado, porquê estranhar? – também  não  se  deverá  estranhar  da  chegada da “morte”, pela simples razão que, efectivamente, a chegada desta é muito mais “uma certeza” que a chegada do cheque do IRS.
 
A diferença, será na incerteza de “quando”. Que vai chegar…é mais que garantido! Quanto ao cheque…pois, dependendo das circunstâncias, por vezes recebemos uma surpresa ou pela demora ou pelos números!
Até diria mais!
Quanto á “morte”, em certas circunstâncias a “sua” chagada até deveria ser celebrada se, por exemplo, “quem parte já tem uma certa idade e, “ela” chegou sem aviso, com a sua mão “benévola” (?) de unhas aguçadas, pega suavemente na pessoa atingida - sem a fazer sofrer com as unhas - e parte com ela sem dizer “xúz nem búz”, como se tivesse sido “uma morte santa”!
 
Então, se poderá ser uma “morte santa”…porque não “celebrar”?
Que aconteceria se, ao contrário, ”o seleccionado ou seleccionada” ficasse semanas, meses e anos…”a apodrecer num leito de uma cama ou numa cadeira de rodas” á espera que “A PUTA” se dignasse a passar ali pela sua porta?
O óbvio é óbvio e, como tal…fico por aqui.
ESPERO QUE ESTAS PALAVRAS DISSIPEM QUALQUER DÚVIDA SOBRE O CONTEÚDO DO LIVRO, CONSIDERANDO A CAPA E O TÍTULO COMO ALGO QUE FOI ESCOLHIDO DE PROPÓSITO, PARA MANTER UM SUSPENSE MAIOR NA SUA DECISÃO.

VAI VER QUE O ASPECTO "FÚNEBRE E TENEBROSO" NÃO É MAIS QUE UMA PEQUENA PARTE DO "HUMOR" ESPALHADO PLEAS LINHAS DESTE LIVRO. 

Finalmente, convido a passarem "a palavra" aos vosso amigos, indicando os blogues associados a este.

http://lusolink.blogspot.com
http://bloquedotito.blogspot.com
http://catotacrioula.blogspot.com - só para adultos!
 

Monday, March 18, 2013

MEU 1º LIVRO, Á VENDA EM NOVA JERSEY

PREZADOS LEITORES!
BEM-VINDOS A ESTE BLOGUE!
 

ESTE ESPAÇO FOI CRIADO NA INTENÇÃO DE, PERIODICAMENTE, PUBLICAR ALGUMAS PALAVRAS SOBRE "O QUE ESCREVO EU", COMEÇANDO POR UM EXTRACTO DO 1º E 9º CAPÍTULOS, DO MEU 1º LIVRO, CUJA CAPA PODERÃO VER E APRECIAR, NA IMAGEM ABAIXO.
 
AO MESMO TEMPO, TRATANDO-SE DE UM BLOGUE JOVEM AINDA, RECEM-NASCIDO, CREIO SER MAIS QUE LÓGICO, NÃO ENCONTRAREM MUITA COISA... MAS, MESMO ASSIM. CONVIDO-OS A VISIRTAREM PERIÓDOCAMENTE PORQUE É MINHA INTENÇÃO FAZER DESTE BLOGUE ALGO QUE "VALHA APENA VISITAR E LER"

NÃO SE ESQUEÇAM QUE, "ROMA E PAVIA NÃO SE FIZERAM NUM DIA"!

Á MEDIDA QUE O TEMPO FOR PASSANDO, SE A SAÚDE PERMITIR QUE POR CÁ VÁ ANDADO, PROMETO PUBLICAR PERIODICAMENTE VARIAS HISTORIETAS - ALGUMAS REAIS OUTRAS FICTÍCIAS - NA INTENÇÃO DE INCUTIR UMA "ATMOSFÉRIA" DIFERENTE DO QUE NOS É OFERECIDO NO "DIA-A-DIA".

O TÍTULO DESTE BLOGUE É..."O QUE ESCREVO EU" E, "O QUE EU ESCREVO" SAI-ME TAL QUAL COMO EU SOU! SAI-ME DAS ENTRENHAS, SEM PAPAS NA LINGUA, TAL E QUAL A MINHA SIMPLES EXISTÊNCIA E OS MEUS CONHECIMENTOS ME PERMITEM QUE OS ESCREVA.

TUDO O QUE FOR ESCRITO, NÃO É "A COMANDO" DE NINGUÉM NEM DEBAIXO DE QUALQUER "PERECONCEITO RACIAL" OU QUALQUER "SUBJUGAÇÃO POLÍTICA OU RELIGIOSA".

ASSUMO TODA E QUALQUER RESPONSABILIDADE POR TUDO QUANTO AQUI DIGA...DEBAIXO DA MINHA ÉTICA DE VER A VIDA, SEM "FREIO" ALGUM QUE ME PROIBA DE FAZER USO DO MEU DIREITO DE LIVRE EXPRESSÃO.

PARA COMEÇAR, CONVIDO-OS A LEREM PARTE DO MEU LIVRO, INTRODUZINDO A CAPA FRONTAL, BEM COMO UMA LISTA DE "TÓPICOS" QUE ENCONTRARÃO DISPERSOS PELAS 544 PÁGINAS DO MESMO.

Antecipadamente agradecido pela leitura , vejamos alguns dos tópicos de realce, no interior deste livro.
  

***

"Quando perguntei ao defunto…qual o estado dele… vejam só: nem "xúz nem búz", assim como que não me conhecia! Eu, que até andei ainda a arrastar a asa a duas das três irmãs dele - duas gémeas e uma "corcunda"; o nascimento lá na minha aldeia, de um rapazote, com um sinal numa das brilhas e um olho de vidro, tal como a mãe, bem como uma tatuagem num braço, e uma perna de pau- tal como o pai; os americanos, a falsa democracia, e o roubo do petróleo; os ingleses e as nossas descobertas; os meus dois casamentos, sem nunca me ter divorciado; a origem da águia, do tigre e dos lagartos; a "Graça do Senhor" e a fatia de pão trigo; eu, o Land Rover dos americanos e o dos chineses, em Bissau; os fuzilamentos políticos na Guiné; o baptismo do vinho na Messe dos Oficiais da FAP, em Bissau; o meu irmão bancário e os pintainhos no forno - cheira-me a penas chamuscadas; os mórmons e o poderem ter muitas mulheres, às vezes sem poderem poder; a pergunta do alfaiate, sobre de que lado eu usava a minha "ferramenta"; o eu ter ido ao céu e “vir três vezes” enquanto o diabo esfrega um olho…ou a minha 1ª experiencia sexual; a descoberta, por uma médica "para" - que eu tinha um testículo maior que o outro; o foguete "mosca-abelha" e os foguetões tripulados; o jogo da "bilharda" e o jogo do baseball americano e, muito, muito mais…".
 
Um conjunto de factos e ficção narrados
de uma forma pouco comum.

Não deixe de ler!
***
Entretanto, como devem notar, o livro foi anunciado pelo Jornal Lusoamericano, em cuja livraria se encontra á venda - e, por consequência - disponível a todos os leitores do mesmo jornal, espalhados por todos os Estados Undios. O preço foi estipulado de comum acordo e, sobre  o mesmo, não penso ser exagerado, atendendo aos custos envolvidos na publicação, transporte - de Portugal para cá - e Alfândega.
 











Deste modo, se algum dos leitores desejar comprar um exemplar,  basta abrir uma conta (grátis) em www.PayPal.com, para poder pagar "seguramente" sem correr risco de qualquer "invasão da sua privacidade ou de dos eus dados pessoas.
 
O meu e-mail: mariotitodoalcaide@gmail.com , representa o nº da minha conta em "Paypal". Se vive nos EUA, ser-lhe-á enviado por correio, sem custos adicionais, sdesde que solicitado directamente a mim - o autor.
Convido agora todos os leitores, a lerem o 1º capítulo e 9º, publicados nas duas mensagens seguintes. Desta forma, têm ao vosso dispor, o início e o fim, como um exemplo do que poderão vir a encontrar noas páginas interiores, de modo a poderem fazer uma melhor evaluação, antes de o comprar.
Boa Sorte.
 
P.S. - Recomendo visitarem os seguintes "links" de blogues associados com este.


http://lusolink.blogspot.com
http://bloquedotito.blgsopot.com
http://catotacrioula.blogspot.com - só para adultos!
 
Desta forma, não necessita de saltar de página.

 
CAPÍTULO I
Deâmbulo
O defunto, antes de o ser.
O irmão dele, que era mudo.
As três irmãs dele – duas gémeas e a corcunda.
*
Ao iniciar este 1ºcapítulo, permitam-me referir que, pela forma como me aproximo na redacção destas linhas, é minha obrigação  mencionar que, todas as referências dirigidas aos “personagens-figuras” principais de cada capítulo, poderão estar dispersas por várias páginas, algumas vezes até já depois de outros capítulos, devido á interligação existente entre os mesmos personagens, propositadamente forçada na minha descrição destas linhas.

Assim iniciando pelo início, que é por onde tudo deve ser iniciado, permitam-me fazer uma introdução, sem introduzir absolutamente nada de “vulto”, a não ser tentar introduzir um esclarecimento bem esclarecido dirigido a ninguém, para que esse-ninguém que é alguém, não leve à risca ou a sério e afine comigo… que sou um desafinado, antes de eu me “finar” por completo.

Talvez, até, melhor dizendo… “para que ninguém pense” que estas linhas são intencionalmente, para “atingir”esse alguém… ou quem quer que seja porque, na verdade, se acaso estas linhas parecem dirigidas a algum dos leitores, será por puríssima e absoluta pura coincidência, ou muito acidental.

G a r a n t i d o!

De facto, a minha ideia, em certa medida e em certos episódios, proponho-me só e somente a refrasear certas palavras lidas outrora, cujo autor desconheço… completamente, por desconhecimento absoluto, de modo a que, as mesmas palavras, não entrem no esquecimento, além de que… tão pouco tenho alguém à minha volta a exercer influência sobre mim porque, pensando, sei pensar por mim mesmo.
Assim, quem quer que seja que, aparentemente possa parecer ser alvo ou “atingido” por estas linhas, que o tome pelo lado amável, com sentido de humor porque, nos dias de ontem, de hoje e de amanhã, bem necessário é, levar com um pouco de humor, o que a vida nos oferece diariamente.

Na verdade, verdadeiramente verdadinha, só é minha intenção tentar contribuir para ajudar a“amainar o ambiente”, e animar o espírito desanimado do ânimo de cada um de nós, usando um pouco de humor apesar de que, neste momento, até tenho cá muito pouco. E, antes de continuar, permitam-me sublinhar que, como já disse, certas palavras nestas linhas são da minha autoria e certas outras são da autoria de um “senhor defunto, antes de o ser”porque, se já o fosse, obviamente, nem “chiava nem mugia”, devido ao estado em que permanecia que… era, “permanentemente mudo e frio”.

Seguidamente, permitam-me fazer uma advertência com a ideia bem-intencionada ou, pelo menos, essa é a minha intenção, sobre o seguinte.

1) Se, a certo ponto da leitura destas linhas, se sentir perdido ou perdida com o que está a ler… “pare, concentre-se, suspire fundo” e…continue porque, irá verificar que…nada do que a aqui se diga, escrevendo o que se quer dizer, foi ou é, pensado assim sem mais nem menos, ou ao calhar.

2) Tudo o que aqui for escrito tem o seu próprio propósito, propositadamente, mesmo que possa parecer que não faz sentido algum.

3) Às vezes, a ideia até é isso mesmo. Não fazer sentido “ali, lá” naquelas linhas onde estiver essa frase que parece não fazer sentido. Poderá não fazer sentido no local onde estiver inserida essa frase mas, sim, noutro local, mais adiante ou mais atrás.

4) No entanto, poderá haver certas circunstâncias em que, por lapso, ou erro “orto-dactilográfico”,a coisa não faça mesmo sentido.

5) Assim, se isso acontecer, procurem dar o sentido que o dito possível “lapso ou erro” não deu e, se assim for, desde já apresento as minhas maiores desculpas. E, ao dizer isto, creio estar a demonstrar a minha incondicional confiança na capacidade racional (?) dos leitores e das leitoras que, espero, venham a ser muitos.

Portanto, perante a possibilidade de que os leitores se venham a encontrar confusos ou confusas devido a que, o que estão a ler, poderá parecer não fazer sentido, irá descobrir mais tarde ou mais cedo que, nada acontece assim, sem mais nem menos ou, por acaso, como já disse.

Irá encontrar “a pontinha do rabo” – não do seu – mas do “fio da meada” que, o mesmo será dizer, da descrição da estória ou conversa que intenciono aqui descrever, escrevendo-a. Ao mesmo tempo, agradeço ainda não pararem de ler, quando se encontrarem perante a redacção de algo que possa parecer “um devaneio” ou, um relato de algo que, aparentemente, poderá não fazer sentido algum porque, na verdade, tudo está estruturado para encaixar “peça por peça” ou, para melhor dizer, frase por frase.

Agora, sem argumentar a contradição sobre a intenção de, quando digo, intencionar “descrever”o que estou mesmo a afirmar que vou tentar escrever, permitam-me terminar este deambulo e avançar para a figura principal destas linhas, e origem do título deste livro que, como já disse, é o nosso amigo defunto, antes de o ser. Assim, quem quer que seja o defuntado, que tenha muita saúde e, que a mim não me falte.

Ou seja! Que não me falte (?) a saúde, porque, o defunto, pode faltar sempre e quantas vezes “ele”quiser. Por mim, até pode ter o dia e a noite livre e, como tal, até pode ir dar uma volta a ver se acorda.

Ora o catano do homem, anh! Aaaamen!

Continuando, com“o corpo” da estória que, em parte, se baseia num pouco de ficção e, outra parte, englobando certos episódios reais, em ambos os casos, quase totalmente da minha autoria, aos quais tento dar, o melhor que sei, uma salpicadela de humor, às vezes um pouco salgado e, outras vezes, completamente insosso, permitam-me mencionar que, como refiro atrás, certas palavras aqui descritas são da autoria de um “senhor defunto antes de o ser”, pelo que, continuando com o refraseamento de algumas dessas palavras – já que muitas outras (99%) são da minha autoria–começo por pedir muita desculpa por não poder descrever melhor o estado fisico-químico”em que o nosso amigo defunto se encontrava na ocasião porque, isto já foi há muito tempo e, além disso, eu nunca tinha estadonaquele estado.

Vejamos!
Qando vim para os EUA, comecei por morar em Washington DC, que aspira a ser um Estado mas, o estado das coisas para que assim seja, estão num estado de impasse e que, dependendo do estado de espírito daqueles que, talvez, possam desimpactar o estado da aspiração, para que DC possa realmente vir a ser um Estado… o estado de tais decisões, estão no estado em que estão.

Depois, fui morar para o Estado de Virgínia e, agora, moro no Estado de Maryland. Mas, uma coisa é certa! Nenhum destes Estados é parecido com oestado em que o defunto se encontrava que, como já disse antes, era num estado de“constantemente mudo e frio”.

Além disso, uma coisa me irritou um tanto ou quanto – diria até, mais do que menos, e eu cá tenho as minhas razões, razoáveis de entender – foi quando perguntei ao defunto– até, por mais que uma vez– qual era o estado dele (?) e…reparem só! Nem “xúz nem búz”, assim como que não me conhecia.

Eu, que até andei ainda a “arrastar a asa” a duas das três irmãs dele.

No capítulo seguinte irei explicar melhor a situação referente a como e porquê, é que eu andei “a arrastar a asa” a duas das três irmãs do dito “defunto, antes de o ser”.

Por agora, somente refiro que uma delas era “corcunda” e que até era mais bem-parecida de cara do que as outras duas – pelo menos naquela ocasião, porque agora já não é, devido a várias circunstâncias, entre as quais “não consta a de ela ter casado comigo” o que significa e quer dizer que, eu, não tenho nenhuma culpa que as parecenças faciais dela – da corcunda – terem mudado para mais uglyou, mais feia, como se diz em Português.

Bem, mas convém referir que, a razão ou razões que eu me virei para as outras duas irmãs e não para aquela que era “corcunda”, foi ou foram, as seguintes...

- A primeira –foi até por uma espécie de “acidente” que irei tentar descrever mais adiante, e a segunda – aconteceu então que, naquela ocasião, eu ainda estava bastante traumatizado por causa de um acontecimento “rarissimamente raro de acontecer”,o que quer dizer que até acontecia mais amiúde do que raramente, e que foi o facto de, lá, na minha aldeia, chamada Alcaide, lá num sítio chamado perna-de-pau – e até podem lá ir confirmar, só que eu não pago a passagem –que é “ali, lá” mesmo ao pé do cruzamento que dá para a calçadinha que, até ainda há bem pouco tempo, não tinha calçada alguma – o que quer dizer que agora já tem, graças a umas verbas vindas de Bruxelas – e para o chafariz seco, onde corre lá água molhada e bem fresquinha, constantemente, se não lhe cortarem o caudal.

Esta palavra “Bruxelas”penso que tem algo a ver com “bruxas-elas” só que, creio eu, deve de ter levado um retoque á Francesa porque está “ali, lá”, mesmo ao lado da França, e fala-se lá o Francês. Daí, porque eu digo o que digo, e não porque eu o saiba porque, se o soubesse, não hesitava em o afirmar.

Ora, dizia eu e repito, que tinha lá acontecido um acontecimento rarissimamente raro de acontecer lá naquele sítio chamado perna-de-pau, que foi o facto de lá ter nascido um ser humano de sexo macho com parecenças faciais e físicas tal qual o pai e a mãe dele – a mãe do rapazote, e não a mãe do pai do rapazote. Sim, rapazote, porque, efectivamente, o tal ser humano de sexo macho, que lá tinha nascido naquele sítio da minha aldeia chamado perna-de-pau, de um rapazote se tratava.

Portanto, ainda bastante surpreendido com a atitude do dito senhor defunto, talvez até mais difícil de compreender devido a que eu nunca tinha estado naquele estado,assim na mesma posição deitado de costas, durante tanto tempo e de “papo p’ró ar”,comecei a magicar, raciocinando com o raciocínio de raciocinar a toda a velocidade – mas parado (!) – á procura de encontrar uma explicação explicativa que explicasse porque é que ele, o defunto, não me ligava patavina.

Bem, em abono da verdade e a favor do “senhor defunto”,tem que se dizer que, ele, emigrou muito cedo – viajou de manhã de manhãzinha, tão cedo tão cedo que quase viajava antes da meia-noite e, até, ainda eu mal roía côdeas – o que, sendo assim, porque assim foi, é muito natural que não se lembrasse de mim.

Mas…caramba pá! Eu era e sempre fui, amigo da família dele, além de, como já disse, ter andado “a arrastar a asa” a duas das três irmãs dele.

Enfim, com uma certa ponderação, e usando uma certa forma de aproximação o mais próxima possível de me aproximar a entender a atitude do nosso amigo, pouco a pouco fui aceitando, um tanto ou quanto, resignadamente surpreso – e, confesso que, até então, eu não sabia deste meu ponto fraco – porque, como já disse, eu era e sempre fui amigo da família dele.

Assim, baseado nestes factos, sempre pensei que algum membro falante da família dele, lhe tivesse falado a meu respeito porque, além das ditas três irmãs, também havia um irmão que não falava – era mudo – mas, que andava e que até nem estava no estadoem que o defunto estava. Quer dizer! Sim (!) o irmão dele estava no estadoem que o defunto estava mas, só parcialmente.

Vejamos!
Antes do senhor defunto estar no estado em que estava agora, ele andava e falava, enquanto, o irmão dele, que era mudo, estava em tal estado, que nunca falava, devido a que, a mudez veio agarrada a ele, logo á nascença e, portanto, agora o mudo não falava mas andava, ao contrário do defunto que nem andava nem falava. Espero que estejam a seguir o meu raciocínio!

Ora, perante a atitude do dito senhor defunto e de não haver nenhum membro falante da família dele que lhe tivesse falado a meu respeito, só me restou encaixar e dizer que,“já é ter azar”. E, ao dizer isto, lembrei-me logo “a propósito de ter azar” se me lembrar, hei-de contar um episódio veredicto porque de facto aconteceu mesmo de verdade, que até foi publicado no Jornal do Algarve, quando eu trabalhava como “waiter” ou, empregado de mesa, como se diz em português, num restaurante em Montegordo, com uma sorte muito “magra”, aquando da lotaria do Natal do ano de… que agora até nem me lembro de que ano foi mas, que foi no Natal foi.

Logo que me lembre, contarei.
E, se não me lembrar de contar, é porque me esqueci.

Mas, voltando atrás, continuando para a frente com a estória do defunto, sempre pensei, como dizia eu antes, que algum membro da família dele tivesse tido a cortesia cortês, de lhe ter falado de mim ou mencionado o meu nome, antes de ele estar no estado em que estava na ocasião. Enfim, parecia mesmo não ter sido o caso.

Neste caso, ou o defunto estava mesmo no estado que aparentava, ou então, tinha tido um destes dias maus na “bolsa de valores” que, muitas das vezes, não tem valor algum ou, se calhar, quem sabe se – agora é que me veio á cabeça– será que ele também foi naquela rasquela do Madoff, aquele “primo” (?) da D. Branca de Lisboa”? Acaso lembram-se dela, a D. Branca… a banqueira do povo como era conhecida na ocasião?

Para os leitores que não se lembrem ou desconheçam a estória da D. Branca, conhecida como a “banqueira do Povo” como já disse, foi uma dita senhora que, actuando em Lisboa, fazia o mesmo ou algo semelhante que o “nosso amigo” (?) Madoff fez em Nova Iorque.

Mas, sobre a mesma D. Branca, continuarei mais tarde porque “esta coisa" do defunto não me ligar “puto”, está-me aqui atravessada “no goto”e, mais propriamente dito, na “traqueia”e, como está quase na hora do “merlôt”,não quero ir beber nada com a “consciência pesada” deixando o defunto, assim sem mais nem menos, sem realmente poder ter a certeza, qual o é estado dele. A minha irritação sobre a atitude dele foi diminuindo pouco a pouco, á medida que eu ia tentando justificar a sua atitude. A atitude do defunto, e não a atitude do leitor!

Eu até creio que, esta“faceta” de eu ir tentando entender melhor, o porquê da atitude dele de, aparentemente, não me ligar patavina, se deve ao efeito do meu pensamento já estar virado – pelo menos em parte – para o lado do “merlôt” porque, até há quem diga que, quando uma pessoa tem um copito ou dois “já ingeridos”, fica com a “mente mais aguda” e muito mais próxima da verdade.
Por isso, esperem-me aí um pouco, que eu já volto......rzrzrzrzrzrzr
rzrzrzrzrzrzrzrzrzrzrzrzrzrzrzrzrzrzrzrzrzrzrzrzrzrzrzrzrzrzrzrzrzrzrzrzr
zrzrzrzrzzr.......desculpem lá esta demora porque, na verdade o que aconteceu foi que, até aqui, eu estava “a resmungar” devido a que não encontrava o “raio do saca-rolhas” e, ao mesmo tempo que comecei a resmungar e a desconfiar da minha mulher que, se calhar, ela mais uma vez tinha escondido o mesmo, deu-me assim “como que um aperto na bexiga” forçando--me a ir verter-águas no sítio destinado para o efeito.

Depois, como estávamos no Inverno, ou por outra, quando iniciei o início destas linhas, era mais ou menos entre a linda Primavera – aquela que é florida e não a prima Vera com a cara cheia de “bexigas” e algumas verrumas no pescoço e, ia eu a dizer que, quando comecei a escrever estas linhas foi entre a Primavera e o Verão e, ao escrever as linhas referentes ao “merlôt” e o ir verter--águas, já era Inverno.

Aconteceu então que, eu, aflito com o aperto na bexiga, ali a tentar encontrar o que sabia existir, nunca me passou pela cabeça ir deparar com as dificuldades com que deparei, devido a que… vejam só… tinha estreado nesse mesmo dia umas colãs novas, “novinhas em folha” e, por ainda não estar bem familiarizado com as mesmas, tinha-as vestido ao contrário, com aquela ranhura, por onde se deve meter os dedos para extrair cá para fora o “objecto” que nos ajuda a verter-águas, para o lado de trás. Quer dizer! O verter-águas, era para o lado da frente mas, a ranhura, é que tinha ficado para o lado de trás.

Nem imaginam pelo que passei, tentando encolher etc., e tal. Tanto assim que, á cautela, já disse à minha mulher que abrisse uma outra ranhura o mais cedo possível, também no lado oposto, mais ou menos exactamente lá no local frontal ao outro, para evitar futuras situações semelhantes.

Reparem!
Até fiz uma coisa que, dizem, nunca se deve fazer, seja em que circunstância for porque – e isto é somente porque, “segundo dizem” – e que é o seguinte… – “Seja o que seja, nunca se deve encolher, mesmo que esteja o Papa a… ouvir ou a ver”! Dizem que faz mal às tripas e que, por ricochete, pode fazer mal ao dono das mesmas.

Enfim, lá me aliviei das águas e, por fim, “mia culpa, mia culpa” porque, lá encontrei o malvado do saca-rolhas que, até tinha sido eu que o tinha deixado numa prateleira, quando procurava um livro para ler e, claro que, como quando estava a resmungar e a pensar que, se calhar tinha sido a minha mulher que, “mais uma vez o tinha escondido”, resmunguei baixinho e pensei ainda muito mais baixo “para ela não ouvir”, guardei sigilo, e não disse nada á minha mulher sobre o que eu estava a pensar dela, antes.

Daí, o reconhecimento de “mia-cu-cu-culpa”.

Bem, depois de me aliviar das “águas” e, após beber mais ou menos meio copito, de repente…isto é… não bebi o meio copito assim de repente porque, isso nunca se deve fazer com tal néctar mas, o que aconteceu foi que, de repente, veio-me uma ideia à cabeça– creio até que já era o efeito do “merlôt”(!) – confirmando a teoria do copito ou dois – lá para o local exacto para se usarem as faculdades pensativas, para pensar rápido e bem, assim como que acendendo-se uma luzinha cintilante, cintilando a ideia de que puxasse pelo meu livrinho de notas que, normalmente até o trago no bolso traseiro, lá mesmo junto do mesmo lugar a que se refere o traseiro.

Aconteceu que me tinha esquecido em casa – do livrinho de notas, e não do traseiroe por isso, voltei a casa, apanhei o livrinho e comecei a desfolhar página por página, folha por folha e, de repente, após desfolhar umas quantas folhas, bingo (!) ali estava tudo escarrapachado e até sublinhado indicativo de que, o defunto, antes de estar naquele estado, tinha estado no Estado de Utah, que é aquele Estado onde… dizem, haver lá muitos homens mórmons, uns até mais “mórmones”que os outros mas, todos mórmons.

E, quando digo que dizem lá haver muitos homens mórmons, é pelo facto de que eu nunca lá fui e nem faço planos de nunca lá não ir, o que quer dizer que, se calhar, algum dia lá irei porque, se fizesse planos de lá não ir nunca, não poderia ou devia de dizer, “não faço planos de nunca lá não ir”.

Espero que compreendam!

Dizia eu então que, muitas pessoas dizem haver lá no Estado do Utah, muitos homens mórmons e, até dizem também que, são aqueles que até podem poder ter muitas mulheres, muitas das vezes sem realmente poderem, poder podêr”. Ora, francamente falando, pensando com o pensamento de pensar a todo o gás, a pensar e a escrever para que fique escrito o que penso, um homem se puder podêr ter realmente muitas mulheres, não precisa de ir para tão longe, creio eu.

Sim, sim… já sei que “lá é longe daqui mas perto de lá”!

Mas, o facto, é o facto de poderem ter muitas mulheres e, muitas das vezes sem realmente poderem, poder "podêr”. Quando não se pode “podêr”, não se pode mesmo.
G a r a n t i d o!

Eu que o diga, porque, só com uma, às vezes, mesmo que queira tentar poder “podêr”, é o podes. Por várias razões e ainda mais alguma.

Não sei se é…
a) Pelo “stress”do dia-a-dia.
b) Pelas notícias da “bolsa”, que me afecta o “bolso”.
c) Pelos anos de casado que, em 2011, já lá vão 40 e tal.
d) Pelas verdades verdadeiramente falsas dos políticos de “lá, de cá e dos de cá-ca-rá-cá-cá”.
e) Pela qualidade da bebida, ingerida na véspera, em especial, quando vem cá de visita uma das três irmãs, da minha mulher – não as do defunto… – aquela que tem a mania que sabe fazer “cocktails”.

f) Por trazer no goto uma antiga garota – hoje já mulher de outro – á qual lhe dedico um poema, mais adiante, mais precisamente no capítulo IX, o último.

g) Ou se é por all of the above– ou tudo o dito até aqui, como se diz em português.

Francamente falando, pensando antes de falar, ao que me parece, o “efe”, creio que é o mais indicativo como indicado de, quando, no meu caso, não posso poder “podêr”.
Mas, o que é certo é certo mesmo porque,
o que não é certo é, quase sempre isso.
Não ser certo.

Assim, antes que me esqueça, creio que por agora, não tenho muito mais que dizer em referência ao nosso amigo defunto antes de o ser, a não ser desejar-lhe muita saúde e, como já disse antes, que a mim não me falte.

E, como ontem já era tarde, permitam-me uma breve
ausência porque, está na hora de um“briolzinho” tinto.

Á saúde!

***

FIM DO 1ºCAPÍTULO
Na próxima mensagem publicarei o capítulo 9º, que inclui...
 
"Links" de blogues associados a este:

http://lusolink.blogspot.com 
http://bloquedotito.blogspot.com
http://catotacrioula.blogspot.com - só para adultos!